Servo de Deus
Ir. Carminda Amélia Carvalho Alves, mrcj
Agosto, para a Igreja, é o mês vocacional, no qual intensificamos nossas orações e pedidos para que o Senhor da Messe e Pastor do rebanho envie operários para a sua messe. O Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade chamava a atenção para a “Necessidade do testemunho vocacional” e ousa dizer que “a Pastoral Vocacional deve começar com dor, coragem e entusiasmo aos que já responderam aos apelos do Senhor”. Desde cedo Pe. Arnóbio alimentou a inspiração divina de gerar apóstolos que ampliassem o seu sacerdócio na Igreja. De corpo e alma, estava totalmente voltado para a causa da evangelização. Nesse sentido, queremos continuar pedindo ao Senhor da Messe, por intercessão do Servo de Deus Joaquim Arnóbio, que nos enviei vocações sacerdotais e religiosas comprometidos com o Reino de Deus.
TU ÉS SACERDOTE PARA SEMPRE
“Antes de formar você no ventre de sua mãe, eu o conheci; antes que fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você poeta das nações. Então Javé estendeu a mão, tocou em minha boca e me disse: Veja,estou colocando minhas palavras em sua boca. Hoje eu estabeleço você sobre nações e reinos, para arrancar e arrasar, para demolir e destruir,para construir e plantar”(Jer 1,5;9 10).
Joaquim Arnóbio de Andrade, filho de Joaquim Anselmo de Andrade e Maria da Penha Sousa Andrade, nasceu em Massapê, Ceará, aos 26 de abril de 1915. Foi batizado no dia 25 de Junho do mesmo ano, na Igreja Matriz de Santa Úrsula, então padroeira da paróquia, hoje, Nossa senhora do Perpetuo Socorro.
Cresceu e desenvolveu-se como uma criança sadia: gostava de jogar bola com seus irmãos e amigos da mesma idade, no campo de terra que existia no espaço onde hoje está localizada a praça da Meruoca.
“Deus o atraiu desde pequeno” conta seu irmão Válter, que por volta dos 12 anos, um dia, dona Penha, pediu-lhe que voltasse mais cedo do jogo, para seguir Arnóbio, que estava ‘com umas saídas esquisitas’ no final da tarde, quase todos os dias após o banho. Ao seguir-lo, descobriu que ao chegar na praça da Câmara, este se encontrava com o seminarista Expedito Lopes, seu grande amigo e futuro Bispo, e os dois se encaminhavam para a Igreja Catedral. Ao interrogar ao sacristão acerca do que eles faziam na Igreja àquela hora, soube que estavam aprendendo a função de acólito, isto é, aprendiam a ajudar na celebração da missa, que era rezada em latim, com o ministro de costas para o povo, com ritos diferentes dos vividos por nós, hoje.
Era costume de Dom José, visitar diariamente seu pai. Joaquim Arnóbio começou a insistir com ele para que pedisse ao seu pai, Joaquim Anselmo, que o deixasse entrar para o seminário. Não entendia o jovem, que isso não dependia somente do querer dos pais, mas que fatores econômicos eram determinantes na questão, visto que a família do seminarista devia custear as despesas com estudo e manutenção do futuro sacerdote. Joaquim Anselmo resistia à idéia, dada a dificuldade que enfrentava para sustentar a própria família em suas necessidades básicas.
Cheio de alegria e fervor, em 1927, Joaquim Arnóbio entra para o seminário São José,em Sobral, iniciando sua formação para o sacerdócio.