SEXTAFEIRA SANTA (4)

Na tarde em que o silêncio da Cruz ecoa mais forte, a Igreja se reúne para contemplar o mistério do Amor que se fez entrega. Na liturgia da Paixão, todos se prostram diante do crucificado, adoram a Santa Cruz e mergulham no mistério da redenção.
Na Sexta-feira Santa, 18 de abril, o povo se reuniu na Catedral para celebrar o Ato Litúrgico da Paixão do Senhor — uma das cerimônias mais solenes da Semana Santa. A celebração recorda a morte de Jesus Cristo na cruz e convida a Igreja a um profundo silêncio, oração e adoração da Santa Cruz.
A liturgia é considerada a mais silenciosa e comovente do ano, a Igreja se une ao Cristo crucificado, contemplando o mistério de Sua entrega total por amor à humanidade.
A celebração é dividida em três partes principais. Na liturgia da palavra, ouvimos a profecia do Servo Sofredor (Is 53), a carta aos Hebreus e a solene proclamação da Paixão segundo São João. A Palavra nos conduz ao coração do mistério da Cruz.
Em homilia, padre Denilson de Sousa, enfatizou que a eucaristia é a celebração do Deus vivo, e por isso, hoje é o único dia no ano que não tem missa, pois toda a igreja está recolhida em oração. “É um dia de jejum e abstinência de carne. Dia de voltar os nossos pensamentos pela dor e sofrimento vivido por Cristo. A entrega é total para todos; o Senhor não faz acepção de pessoas, mas todos nós sentimos essa prova tão grandiosa manifestada por amor a cada um de nós”, ressaltou.
O segundo momento da celebração é a Oração Universal, onde a Igreja intercede por toda a humanidade: pelos fieis, pelos que sofrem, pelos que não creem, pelo Santo Papa, pelos governantes e por todos os que precisam da salvação.
Em seguida, a Cruz é apresentada à assembleia como sinal de vitória e amor. Diante dela, todos se prostram, adoram e renovam a fé no Redentor. Mesmo sem a celebração da Missa, os fieis recebem a Eucaristia consagrada na véspera, como alimento para a esperança e a perseverança.
Após o ato, uma grande multidão acompanhou a Procissão com a imagem do Senhor Morto e Nossa Senhora da Soledade. O itinerário percorrido pelas principais ruas do centro da cidade, reuniu cristãos católicos de todas as idades.
Em clima de silêncio, oração e ao som da marcha fúnebre da Banda de Música Maestro José Pedro, todos caminharam em sinal de luto e esperança, contemplando o mistério da Paixão e Morte de Jesus Cristo.
A procissão foi encerrada na Catedral, onde a imagem do Senhor Morto e sua mãe foram acolhidas com devoção. Este gesto tradicional expressa a dor da Igreja diante da Cruz, mas também prepara o coração de todos para a grande alegria da ressurreição no Domingo de Páscoa.

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