Tremor de terra e maior chuva da década no estado do Ceará são registrados em Tianguá

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Por Samuel Carvalho
Redação Correio da Semana

Na noite da úlitma segunda-feira (6) foi registrado em Tiangá a maior chuva da série histórica do município, de acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Com 170 milímetros, a chuva deste ano superou os 140 milímetros ocorridos entre os dias 14 e 15 de abril de 1974. Na tarde da terça-feira (7), um tremor de terra de magnitude 2,7 assustou moradores das cidades de Tianguá e Frecheirinha. O abalo sísmico foi confirmado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que monitora esses fenômenos também no território cearense.
“Foi um barulho parecido com uma bomba, mas não era”, afirmou Maria Angélica de Sousa Oliveira, residente na zona rural de Tianguá. Já Alcilene Moita, também moradora da cidade relatou que o tremor de terra “chacoalhou” o telhado da residência dela. A mulher afirmou que o abalo aumentou, até o chão, uma rachadura que havia na parte de cima de uma parede da casa onde vive.
“A gente estava sentado na sala, e de repente, sentiu um forte barulho no chão e começaram a vibrar as coisas, as portas, a casa. Pensei que era só na minha casa, mas os outros moradores sentiram o mesmo impacto também e começaram a sair das casas. Foi muito rápido, uma coisa de segundos”, relatou Raimundo Nonato, morador da cidade de Frecheirinha, que contou o corrido na sala de casa com a família quando percebeu o que estava acontecendo.
Segundo Eduardo Menezes, técnico do laboratório de sismologia da UFRN, relatou o calculo do abalo sísmico que ocorreu em Tiangá. “Ele [o tremor] foi calculado entre Viçosa do Ceará e Tianguá. Essa magnitude para a região é bem sentida. É média [a intensidade do tremor], não chega a ser alta. Na região de Sobral já chegou a haver tremor de magnitude 4” disse o técnico.
Já grande precipitação de segunda-feira foi acompanhada de ventos fortes causaram a queda de algumas árvores. Houve também o destelhamento de casas e queda de muros, deixando ruas e avenidas alagadas nos bairros Centro, Estádio e Governador Ferraz. Com a força da chuva, vias foram tomadas por correnteza, a água invadiu residências, e veículos ficaram submersos e foram arrastados pela correnteza.
De acordo com a Funceme, as chuvas foram causadas principalmente por áreas de instabilidades associadas à presença de um sistema chamado de cavado em baixos níveis. Houve influência também da brisa marítima, uma corrente de ar mais frio que ocorre do continente para o oceano no período da noite, proporcionando a subida do ar quente, além de efeitos locais tais como temperatura, relevo e umidade mais elevada.

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