Um por todos; todos por um!
Além de ainda não ter aprendido a votar bem e a se comportar como digno representante do povo ou postulante a isso, muitos eleitores e muitos políticos brasileiros, respectivamente, ainda têm muito que aprender em termos de Ética e Cidadania. De modo especial, têm de aprender a lidar com embates e a assimilar melhor não só a derrota, mas também a vitória.
Desabafos desequilibrados, xingamentos, atritos verbais e físicos, retaliações, promessas de vingança, inclusive dentro de algumas famílias, é o que ainda se tem escutado mesmo depois das eleições municipais do dia 2 de outubro. Isso tanto em locais públicos como alguns meios de comunicação, sendo que neste último de forma mais comedida ou subliminar.
Mas o que cada um tem de fazer a partir de agora?
Aos candidatos eleitos, compete passar uma borracha nas picuinhas, querelas e eventuais contratempos de campanha. Além disso, conscientizar-se de que doravante é o governante de todos e não somente dos que o elegeram com seu voto. E mais: Jamais esquecer de que a lei que disciplina o cargo para o qual foi designado também o obriga a respeitar indistintamente a todos. E, da mesma forma, o obriga a também trabalhar para proporcionar dias melhores àquela população cujos destinos irá dirigir.
Aos candidatos derrotados, o mais racional e salutar é aceitar educada e pacificamente algo óbvio, mas que nessas ocasiões não é lembrado: que em toda disputa tem de haver vencedor e perdedor. Em respeito a esse princípio, torna-se mais elegante, ainda, passar a contribuir com o vencedor, bem como, incentivar seus apoiadores e colaboradores a fazerem o mesmo. Torna-se também imprescindível analisar minuciosamente o que os levou a tal condição (de perdedor) e partir para a reformulação de posturas e atitudes, a fim de evitar que o fato não se repita, caso resolva concorrer novamente noutra oportunidade.
Por fim, acredito que aos envolvidos numa eleição – candidatos e eleitores, vencidos e vencedores – o mais lógico e sensato será a prática do respeito humano, da convivência pacífica, da mútua colaboração, jamais esquecendo (o eleitor) de reivindicar, exigir o cumprimento do prometido em campanha e cobrar o que lhe é de direito. Só assim se chegará a uma situação confortável e favorável para todos. E só haverá vencedores, já que todos sairão ganhando.
Pensem nisso!
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Vontade popular
Passado o pleito, muitos eleitos defendem com unhas e dentes que prevaleceu a vontade popular, expressa pela maioria. Não se cansam de dizer que a vontade do povo é soberana, não devendo em hipótese alguma ser desrespeitada. Até aí, tudo bem.
Conchamblanças
Mas costumeiramente no Brasil isso cai por terra tão logo ocorre a posse dos eleitos. Entram em cena as misteriosas “janelinhas”: Dá-se cargo de confiança a elemento eleito pelo voto em troca da vaga para um não eleito. Ou seja, empurram pela janela alguns rejeitados, aqueles que a “vontade popular” não permitiu entrar pela porta principal (voto).
Amnésia
Além de não terem palavra ou não manterem a empenhada, alguns eleitos também têm memória curtíssima. Pior: sabem que o eleitor nem isso tem. Assim, deixam completamente de lado o respeito à decantada vontade popular. E as janelas das conchamblanças continuam abrindo caminho para a picaretagem política.
Sujismundos
Em alguns municípios brasileiros gestores saíntes estão promovendo uma estranha limpeza: quanto mais limpam (as prefeituras) mais sujeira aparece. Pior: em alguns casos, a justiça e a população nem pode mais lavar e enxaguar tanto desmando, pois até caixas d´água já levaram. Em tempo: Associo-me à tristeza e ao lamento dos amigos de alguns municípios, onde essa limpeza (ou sujeira?) vem acontecendo. Reajam!
Caiu a máscara
Por falta de mais rigor da lei e da conivência de maus eleitores, quase às claras políticos inescrupulosos continuam se esbaldando nessa farra eleitoral que injustificadamente ainda acontece de quatro em quatro anos. Ainda bem que a cada eleição caem máscaras de alguns que imerecidamente se autoproclamam “representantes do povo”.
Decepção
Lamento profundamente a decepção com alguns por aqui, cujas personalidades reais passei a conhecer mais neste ano. E, a eles, nada parece ter acontecido; garantem permanecer “limpos e sérios”, como antes. O seu preferido continua mascarado? Que ele não necessite desse artifício.
Público na privada
É de revoltar ver a Prefeitura local gastando dinheiro público para compensar a negligência ou irresponsabilidade de alguém da iniciativa privada. Por exemplo: fazendo desmatamento e trabalho de combate a doenças, como dengue, em propriedade particular (terrenos mal cuidados), cujos donos vivem única e exclusivamente da especulação imobiliária.
Mexer no bolso
TAXAR é um bom repelente contra especuladores relaxados, que desobedecem às leis e expõem a população a riscos. Que a prefeitura use a mesma sede de arrecadar também junto ao “grande”, em quem tem mais. Evitar isso abre precedente para se pensar que a especulação também beneficia a quem tem poder para taxar. Depois, eu é que sir TACHADO de “do contra”.
Burrice total
Já que na quarta-feira (26) transcorrerá o 47º aniversário da Lei 6.515 (Lei do Divórcio), destaco aqui uma pérola da MPB ligada ao tema. Naquele ano (1977), em plena ditadura, o cantor, compositor e advogado Luiz Ayrão compôs “13 anos”, numa referência subliminar ao tempo que já durava o regime. Desconfiaram do título e a música foi prontamente censurada.
Casou bem
Mas, associando inteligentemente título e letra, Ayrão apenas trocou o nome para “Divórcio”, o que havia sido aprovado naquele ano. E os “geniais” censores engoliram direitinho. Começa assim: Treze anos eu te aturo/Eu não aguento mais/Não há Cristo que suporte/Eu não suporto mais/Treze anos me seguro/E agora não dá mais/Se treze é minha sorte/Vai, me deixa em paz…
Pérolas do Rádio
“Fiquei frustado com o meu canidato”, desabafou um radialista. Já eu, garanto: Se o CANDIDATO for um pouquinho letrado, ele foi quem ficou FRUSTRADO com o Português do colega.