weekend
Sobral aflita
De um certo tempo para cá, Sobral tem evoluido negativamente no aspecto da insegurança. A falta de aparelhamento policial atrelada à indisposição dos organismos públicos em pautar ações resolutivas se torna um estímulo para que a bandidagem, que avança ampliando territórios e aliados, tornando-se um poder paralelo com pouca intimidação da parte das autoridades estaduais e municipais.
Quando se escutava o termo “tá tudo dominado”, achava-se que era coisa banal, nada mais que modinha das tantas que a turma jovem inventa, mas que nada, tá tudo dominado mesmo, e que o digam as muitas formas que estão sendo utilizadas pelos bandidos para intimidar os cidadãos, que passaram a pagar pedágios e a ser expulsos de suas casas.
Há pouco via-se em Sobral uma mãe chorando a perda de um menino de 12 anos, um pequeno sonhador, que tinha muitos planos, sonhos e uma quase certeza de que seria uma pessoa notável. Uma bala o tirou do mundo, findou sua existência física, fez sumir a alegria de sua família e colocou uma mãe em desespero. As crianças de Sobral, assim como as de Fortaleza, como as de muitos outros lugares, passaram a ser alvos da marginalidade e a viverem sob a mira de armas, ao invés da mira dos ditos órgãos de proteção e defesa, que nessas horas silenciam e se esquivam de suas responsabilidades.
A mortandade em Sobral já não surpreende, não incomoda, passou a ser banalizada, indiferente para as autoridades políticas, jurídicas e outras almas. A briga entre as facções, o ódio se espalhando nas comunidades, o medo das praças, das ruas, das calçadas, o medo de dentro de casa, nada faz com que surjam ações eficazes, e ainda se tem na Assembleia CPI para investigar policiais. O governo está contra a polícia. É isso? Se assim o for, para o mundo que quero descer.
Remendo em rede
O senador Tasso Jereissati cedeu lugar para que seu suplente Chiquinho Feitosa assumisse o Senado, e assim garantir uma vaga de bem aposentado. Tasso, que antes combatia imoralidades, passou a jogar no time do vale tudo, onde nem a mãe escapa. Chiquinho é rico e não meteu um prego no sabão para ter tal direito, que passa longe dos que trabalham.
Melo do Ciro
Ciro sai, Ciro não sai, Ciro vai, Ciro fica. A nova jogada do repetente candidato nada mais é do que um marketing diferenciado, meio maluco até, mas que pode dar em algo, que pode até ser nada. Ciro não sai de cena, pois é como o carrapato, que longe do couro morre tisgo.
Poder sem poder
O Legislativo sobralense é antes de qualquer coisa uma icognita. Quem vai às sessões escutas os discursos, uns inflamados, outros doces, que denunciam de que lado o vereador está. A dita “situação”, há muito deveria ter mudado de nome e ser chamada de servidão, nome mais apropriado para quem, assim como os calangos, só serve para balançar a cabeça e o rabo.
Picolé de vacinas
Enquanto muitos ainda se contaminam e morrem vitimados pela covid, o governo do Ceará parece querer abrir uma picoletaria de vacinas, já que acumula na geladeira mais de três milhões de doses. Numa jogada características dos caça níqueis, o governo adquiriru 300 mil vacinas Coronavac, no momento em que a mesma estava sendo rejeitada pelo restante do mundo. Camilo anunciava uma nova versão da multiplicação dos pães, afirmando que com as 300 ele resolveria supriria toda a demanda de não vacinados. Vacina é no braço, Camilo.
Biruta
Eunício Oliveira não difere muito de Ciro Gomes quando o assunto é definição política. Acostumado a jogar com todas as fichas em números de azar, o ex-senador prepara um Milk de Lula com Abolição e perde na qualidade do discurso, tal qual vendedor de oleo de poraquê quando pega choque. E para ela cabe bem a marchinha do Martinho da Vila: “não sei se vou, não se fico, se fico aqui ou se fico lá”.
As máquinas das multas
Inteligente como o é, o prefeito de Sobral descobriu que porto seco, montadora de ônibus e caminhões, montadora de carros, polo metal mecânico… Tudo poderia ser substituido por maquininhas de multas, que tiram o sossego dos que dirigem e injeta grana pesada nos cofres da prefeitura, sem precisar gerar nenhum emprego. E assim Sobral definha e já perde para muitas cidades com porte menor que o seu.