Herculano Costa
TDAH: Desafios e conscientização na sociedade contemporânea
Neste nosso comentário de hoje vamos abordar um tema que tem ganhado destaque nos últimos anos no campo da neuropsicologia, em meio aos estudiosos das manifestações da mente e profissionais do ramo. Trata-se do TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.
O TDAH é uma condição neurobiológica, que, segundo estudos estatísticos, acomete cerca de 3 a 5% das crianças em idade escolar, sendo mais frequente nos meninos.
Entretanto, é importante destacar que muitas pessoas não recebem diagnóstico de TDAH na infância. Mesmo nesses casos, é totalmente possível que o diagnóstico e o tratamento sejam feitos na fase adulta, proporcionando melhor qualidade de vida e manejo dos sintomas.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), nos dias de hoje, afeta milhões de pessoas em todo o mundo, caracterizado por sintomas de desatenção, impulsividade e, em muitos casos, hiperatividade.
O TDAH costuma se manifestar na infância, mas pode acompanhar o indivíduo até a vida adulta, interferindo em aspectos como desempenho escolar, produtividade profissional e interações/convívios relacionais. Crianças com o tal transtorno, frequentemente, são rotuladas como “preguiçosas” “negligentes” ou “indisciplinadas”, quando na verdade enfrentam dificuldades genuínas de concentração e controle de impulsos. Sem o suporte necessário, que inclui acompanhamento médico, psicológico e estratégias pedagógicas adaptadas, o rendimento escolar tende a cair, gerando frustração e baixa autoestima.
No ambiente adulto, o problema também persiste, afetando a produtividade, a organização e o equilíbrio emocional. Muitos adultos, com TDAH não diagnosticado, enfrentam ansiedade e depressão, como consequências secundárias da falta de compreensão sobre si mesmos.
Na contemporaneidade, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem ganhado maior visibilidade devido ao aumento dos diagnósticos e à necessidade de compreensão sobre seus impactos. Caracterizado por sintomas de desatenção, impulsividade e, muitas vezes, hiperatividade, o transtorno ainda é cercado por estigmas que dificultam o convívio social e o desempenho escolar de quem o possui. Nesse contexto, é fundamental discutir a falta de conscientização sobre o TDAH e a importância de políticas públicas voltadas à inclusão e ao tratamento adequado.
Em primeiro plano, a carência de informação leva muitas pessoas a interpretar o comportamento de indivíduos com TDAH como resultado de má educação ou desinteresse, quando, na verdade, trata-se de uma condição neurobiológica reconhecida pela medicina. Essa visão equivocada prejudica o diagnóstico precoce e o apoio familiar e escolar, fatores essenciais para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. Assim, o preconceito contribui para a marginalização de alunos e para o agravamento das dificuldades de aprendizagem.
Além disso, a ausência de políticas educacionais específicas agrava o problema. Muitas escolas ainda não estão preparadas para lidar com alunos que necessitam de estratégias pedagógicas diferenciadas, como metodologias mais dinâmicas e acompanhamento psicológico. Essa lacuna institucional impede que o princípio da igualdade de oportunidades, previsto na Constituição Federal, seja efetivamente aplicado na prática escolar. A sociedade, por sua vez, ainda carece de empatia e de políticas públicas eficazes que garantam acompanhamento adequado nas escolas e nos serviços de saúde mental.
Em resumo: O TDAH é um transtorno neurobiológico que causa desatenção, impulsividade e hiperatividade. Apesar de comum, o TDAH ainda é cercado por preconceitos e desinformação.
Muitos sofrem com dificuldades escolares e emocionais por falta de apoio. A educação inclusiva e o diagnóstico precoce são essenciais para o tratamento.
Conscientizar a sociedade é fundamental para garantir respeito, igualdade e inserção dos portadores desses transtornos nos convívios e meios de interação social.
Por Herculano Costa (*) – Jornalista – ACI RI N° 1.216 (*) Neuro psicanalista Clínico, jornalista, professor, escritor e poeta.

