Editorial – Santa Dulce dos Pobres

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Vez por outra, Deus suscita, do meio de seu povo, homens e mulheres que, com generosidade e abnegação, dedicam-se ao serviço dos irmãos. Irmã Dulce sentiu ardentemente o chamado de Deus em sua vida para que empregasse a vida em favor dos pobres, enfermos e excluídos. Esse foi o caminho trilhado pela mais nova santa da Igreja.
Amor, entrega, doação, sacrifício, fé. Essas são algumas palavras que fazem parte do vocabulário da vida de Irmã Dulce. Ela que hoje é elevada à honra dos altares, viveu uma vida de humildade e pobreza junto a seus amados pobres. É a prova de que Deus exalta os humildes e engrandece os pequenos.
Aquela freira simples, serena e de aparente fragilidade, escondia o vigor e a coragem de uma mulher genuinamente nordestina, capaz de enfrentar muitas adversidades com uma fé e uma esperança inabaláveis. A biografia da santa atesta tal fato.
Muitas foram as dificuldades que teve de enfrentar para colocar em prática o seu ideal de cuidar dos pobres e doentes. Ela, carinhosamente, os chamava de “meus pobres”. E eles retribuíam o afeto, tendo-a como uma mãe acolhedora, que tinha um coração dilatado pela caridade cristã.
Somente um coração apaixonado por Deus pode dedicar-se aos irmãos, como fez Irmã Dulce. Santificou-se pela via da caridade e dedicou-se sem reservas àqueles que eram vítimas de um contexto de miséria, fome e inúmeras calamidades. Compadeceu-se daqueles que careciam de tudo e nisso encontrou o sentido de sua existência.
Desse modo, ela começou acolhendo os pobres no galinheiro do convento e, em seguida, conseguiu recursos para a construção de um hospital. Hoje, as Obras Sociais Irmã Dulce funcionam como um imenso legado de solidariedade deixado pela freira, conhecida como “Anjo Bom da Bahia”. A organização ampliou seu alcance e se profissionalizou, mas permanece fiel à missão de amar e servir a todos, especialmente aos mais vulneráveis.
Irmã Dulce, agora Santa Dulce, entendeu o que de fato significa amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Por isso, a Igreja reconheceu publicamente a sua santidade. A primeira santa nascida no Brasil, nordestina, um orgulho para esta Terra de Santa Cruz. Que seu exemplo nos motive, para que, de nossa pátria, surjam muitos outros santos e santas para a Igreja. Depende de nós!
Santa Dulce dos Pobres, rogai por nós!

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