A Bela Flor de maio
O mês de maio é também conhecido como o mês das flores. Existia até uma antiga tradição do povo simples de enfeitar a frente das casas com flores no primeiro dia do mês, e no último dia fazia-se a oferta de flores a Nossa Senhora. Maio é um mês marcado, do começo ao fim, pela presença das flores, das mais diversas. Isso porque celebramos a flor mais bonita dentre todas. Muitos místicos da Igreja já se referiram poeticamente à Virgem Maria como a Bela Flor da Humanidade.
Ela é, por excelência, a Flor do mês de maio, aquela flor que exala suaves perfumes em meio aos espinhos, tal como recitamos no Ofício de Nossa Senhora. A imagem da flor relacionada à Virgem Maria evoca uma série de virtudes relativas à Mãe do Salvador. Nos lembra sua pureza, simplicidade, castidade, beleza. Nos recorda ainda sua delicadeza, conjugada à sua nobreza. Nobreza não por ter sido nobre de posses materiais, mas por ter sido plena de bens espirituais.
Por isso, a Igreja, em toda a sua história, sempre amou, venerou e se deleitou em louvações àquela que nos foi dada por mãe na hora solene e derradeira da cruz. Uma prova deste amor e veneração da Igreja é a bela composição da Ladainha de Nossa Senhora, que traz uma série de invocações endereçadas à Virgem. Nesta bela louvação, a Igreja e o Povo de Deus se comprazem.
A ladainha é fruto de um impulso natural de quem ama. Quando a gente está encantado com alguém, brotam espontâneas ladainhas de nossos lábios. Por isso, não há excesso nessa devoção, uma vez que louvar Maria, Mãe de Deus, louvar seus títulos, suas virtudes, seu poder, é louvar a santidade, o poder e as maravilhas de Deus, de quem vêm todas as grandezas da Virgem.
Louvamos Maria porque, dentre as criaturas, não houve e nem haverá ser humano mais humilde. É sobretudo a humildade, essa pequena virtude da humildade, que torna as pessoas amáveis. Dentre tantos outros motivos, é por causa dessa virtude que a Igreja sempre exaltou Maria.
O piedosíssimo cantor da Virgem, São Bernardo, afirma que Maria é agradável a Deus, aos anjos e aos homens. Assim ele explica: “Aos homens por causa de sua fecundidade; aos anjos, por sua virgindade; a Deus, por sua humildade. Ela mesma atesta que Deus olhou para ela, porque viu a sua humildade. O Senhor, de fato, volta o seu olhar para os humildes e despreza os soberbos”.
Por isso, a ladainha e as demais práticas de devoções marianas recolhem o incessante louvor dos séculos cristãos. Não caberia em livros se fossem recolhidas todas as citações dos Santos Padres e dos pregadores mais famosos da Igreja aclamando Nossa Senhora. Sem falar daquele perfeito louvor mariano que brota dos lábios dos mais pequeninos, do Povo de Deus que, entre cânticos e novenas, expressa seu amor a Maria.
Deus te salve ó Maria, ó Bela Flor de Maio!