Vou contar uma indignação de uma amiga e colega de profissão, a Professora Solange de Almeida Campos. Conversando com a dita cuja ela se dirigiu a mim, com a seguinte pergunta: Salmito, você sempre gostou de escrever? Respondi: sim, desde os 12 anos de idade comecei a escrever poesias.
Tenho muitas poesias, que às vezes, quando leio chego até a rasgá-las devido à inocência delas. Claro, quando ainda adolescente a gente não tem muita consciência da vida. Mas, rasgo com muita pena. Afinal, aquelas palavras e frases foram muito verdadeiras. Eu como historiador e museólogo ainda guardo muitos escritos. Talvez não jogue mais no lixo as minhas escritas inocentes.
Porém, tenho outras poesias escritas que meu amigo/irmão Raimundo Aguiar de Castro colocou músicas em algumas delas. Já escrevi além das minhas monografias sobre Educação, Meio Ambiente, artigos para jornais como Tribuna do Ceará, Expresso do Norte, Diário do Nordeste, A Folha de Sobral e Correio da Semana. Este, o jornal mais antigo do Estado do Ceará em circulação com 104 anos, mantido pela Diocese de Sobral, segundo o amigo jornalista e radialista Artemísio da Costa.
Mas, amiga, por que a pergunta? Respondeu ela: porque escrevi um texto contando da minha indignação com os tempos de hoje. Gostaria que você desse a sua opinião.
“Veja bem, sou professora há muito tempo. Tenho uma filha médica que me respeita muito e que até por telefone me toma a bênção. Quando iniciei no magistério meus alunos de “Ginásio” e “Científico”, hoje Ensino Fundamental e Ensino Médio, respectivamente, me tinham como uma autoridade dentro e fora da sala de aula. Nunca fui AUTORITÁRIA, e dessa forma todos os alunos eram meus amigos, alunos que se interessavam pelo processo de ensino e aprendizagem, fazendo seus trabalhos de casa e de sala de aula.
Hoje sinto saudades desse tempo. Porque hoje os alunos não respeitam mais a nós professoras e professores. A respeitabilidade para conosco não existe mais. Os filhos não respeitam mais os pais. Claro que depende muito da autoridade do pai e da mãe perante a criação familiar. Mas, mesmo assim, por mais que os pais queiram educar os filhos de maneira respeitosa para com os outros isso não acontece.
Vejo situações em que os filhos desrespeitam pai e mãe, irmãos, tios, amigos, como se fossem dono da situação sem qualquer preocupação e sem nenhum escrúpulo. Tenho muita pena que hoje os pais passam por situações como essa. São filhos agressivos que os pais podem até ainda querer corrigir os erros de agressividade, mas parece que não adianta, talvez porque os pais não querem mais se intrometer na vida dos filhos (deixa pra lá) ou porque os filhos não obedecem mais aos pais. Ou ainda, porque permanece a proteção dos pais como paternidade de não reconhecer os erros dos filhos. E assim, a vida continua como se nada tivesse acontecido. Que pena. Lamento muito”.
Gostei do texto. Publique.

Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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