Neste dia 27 de novembro, a Igreja iniciará um novo ciclo do Ano Litúrgico com o Advento. Somos introduzidos em um tempo de preparação espiritual em vista da vinda de Jesus entre os homens, que mais um ano celebraremos no Natal. O Advento, então, caracteriza-se como um tempo sóbrio de espera e de esperança.
Desse modo, assim como uma noiva que se enfeita e se prepara para a chegada do noivo, a Igreja se prepara para reviver a chegada de Jesus. E nós, como membros vivos dessa Igreja, somos convocados a tomar parte dessa mística da espera. Devemos adornar-nos com os enfeites do perdão, do discernimento, da alegria, da humildade e da reconciliação.
Experimentamos, em um período de quatro semanas, aquilo que os profetas viveram durante séculos: a ansiosa espera pelo Messias, redentor do gênero humano. Por isso, a espiritualidade da vigilância preenche a liturgia desse tempo. O Reino de Deus está próximo. É preciso aplainar as veredas do coração, preenchendo vales e derrubando montes.
Como o Catecismo nos ensina, “ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua Segunda Vinda” (CIC – § 524).
Nesse sentido, a Igreja vive um Advento perene do Reino definitivo. Vivemos na constante espera da segunda vinda do Messias. Esse tempo de quatro semanas quer nos reavivar a esperança e a alegria de ansiar por Aquele que restaurará todas as coisas e instaurará um novo céu e uma nova terra.
Ao mesmo tempo em que vivemos essa espera, contamos com a presença deste Deus que permanece conosco, que caminha conosco. A Igreja aguarda e apressa a vinda gloriosa de Jesus, pois Ele nunca se ausentou, mas um dia virá em sua glória. Aguardamos também, assim, a vinda do fim dos tempos, e a Igreja, em sua santa sabedoria, nos reserva essa oportunidade de conversão.
Portanto, o Advento deve ultrapassar a experiência do tempo litúrgico, pois, além de acolher Jesus, que vem no Natal, devemos acolher o anúncio do Reino em nossos corações. É a alegre esperança de que Ele virá. Enquanto isso, devemos aguardar na vigilância da oração e na purificação da penitência. Como a Igreja que espera, clamamos: “Maranatha, vem, Senhor Jesus!”.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *