Eudes Sousa presidente da Academia Massapeense de Letras e Artes2

A democracia brasileira ainda não está alheia à crise desencadeada no seio da ingovernabilidade. Quem é que vai determinar o que é interesse democrático e o que não é? Quem tem que determinar é o povo. O povo tem, de certa forma, o seu valor, tem poder muito maior quando consegue mobilizar esse valor. Por exemplo, quando acessa valores da cultura positivista de que tem que barrar político autoritário. Porque não é fantoche, embora isso não seja tudo. É preciso que esses juízes não compactuem e nem cedam, que façam valer a democracia. Uma coisa foi certa: estavam decididos a defender, exemplarmente, a verdade das urnas eletrônicas, que foi vitoriosa com a confiança coletiva, da justiça, do parlamento e do povo.
Porque tudo isso? Estamos assistindo a um teatro presidencial para retirar a credibilidade das urnas eletrônicas, que o povo conferiu nas eleições democráticas. Podem dizer o que quiserem e acusar à vontade sobre a posição do TSE decidida a depurar o eleitor na escolha do seu voto nas urnas: o sistema de votação atual é seguro, inspirada pela democracia e servilmente executada por homens a quem se confia a defesa da justiça.
Como se sabe, o show bolsonarista a favor do voto impresso acabou! Mesmo com espetáculos de ameaças, acompanhada por todo mundo em todos os lugares, apontando a fraude como um personagem crucial deste processo e indicando o voto impresso como a única forma de garantir a manutenção do voto no País. Ironicamente, o que lhe interessa é o palácio presidencial, não para governar ou fazer a felicidade do povo, senão para a ceva da vaidade incontrolável e a vantagem do “show” do ódio contra a democracia que já crepita na lama ideológica da política atual.
A vitória da urna eletrônica pode entrar na história do País. Será vista, por ter revelado a forma como a política e os partidos democráticos têm uma arma poderosa: a democracia.
Por isso, entendemos que para combater o mal na política são necessárias instituições eficazes e democráticas de controle, de combate e de punição, somadas a uma cultura cívica de moralidade pública e de virtudes éticas.
O povo tem dado provas de que sabe querer e de que sabe agir. Outra vez, poderá voltar à rua, para reclamar um direito. O Brasil inteiro está se libertando dessas bastilhas de opressão do autoritarismo e não seremos nós que nos recusaremos ao sacrifício para não sermos a exceção vergonhosa e humilhante de um negativismo. Já não basta de degradação social; que revela alto grau de baixeza e humilhação que constrangem a democracia?
Não e não. Os nossos juízes devem reconsiderar antes de fazer: pelo amor de tudo. Do Brasil, se o Brasil ainda ressoa em suas consciências; da toga, se ainda pode ser defendida, mas, da credibilidade, da ordem, da defesa do regime democrático, se isso lhes pode causar impressão.
Enfim, o povo ganhou a vitória do voto na urna eletrônica, pela credibilidade, mesmo contra ele, a camarilha do ódio presidencial, que acredita poder destroçar uma vitória que saiu, lindamente, das sombras para a luz da honra do povo brasileiro.
Jornalista e crítico literário

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