De olho na língua
Hábitat (Pronúncia)
Do Latim habitat (no Latim não se usava os sinais gráficos de hoje. Para indicar a pronúncia usava-se a braquia (˘) e o mácron (¯). Hábitat significa ambiente habitual dos seres vivos: O hábitat dos leões são as savanas. É latinismo incorporado ao Português, devendo por isso ser acentuado. Pronuncia-se “ábitat” (com “t” mudo) é não “hábitat” (fazendo soar o “t”). Plural: hábitats.
Há quem defenda, e com razão, o aportuguesamento total: hábita, hábitas, e tem-se a expressão redundante “hábitat natural” que devemos evitá-la. Usemos apenas hábitat: Os animais devem viver em seu hábitat.
Emigrante / imigrante e migrante (Quais as diferenças?)
Emigrante é a pessoa que sai do seu país de origem para viver em outro, geralmente em busca de melhores condições de vida. Imigrante é a pessoa que entra num país estranho para nele se estabelecer. O italiano que veio morar no Brasil é emigrante em relação a seu país, mas imigrante em relação ao nosso. Migrante é a pessoa que muda de região num mesmo país ou num mesmo Estado. Os nordestinos migraram para o sudeste (e não sul, como muitos pensam) em escala ascendente.
“Em greve” ou “de greve”
“Em greve” é a locução correta. Muitos, todavia, usam “de greve”, que não existe no padrão culto da Língua. Exs.: Todos entramos em greve; Estamos em greve; Ficamos em greve; Permanecemos em greve, Muitos dizem: Estamos em processo de greve. Frase perfeita! Mas só é aceita quando o movimento ainda não foi deflagrado ou quando está na iminência de acontecer. Foi justamente dessa frase que surgiu “de greve”.
“Jamais faríamos uma coisa dessa” ou “Jamais faríamos uma coisa dessas”?
A segunda. Quando se contrai a preposição “de” com qualquer pronome demonstrativo, e este aparece posposto ao substantivo, usa-se o pronome pluralizado. Ex.: Não se dá uma resposta destas a pessoas mais velhas; Fizemos um esforço daqueles, e nada conseguimos; Um país destes não pode passar por constantes crises econômicas.
Nepotismo
Do latim nepos, nepotis (sobrinho) + ismo. Sim. Autoridade excessiva que os sobrinhos ou parentes do Papa exerciam na administração eclesiástica. Significa favoritismo de governantes e políticos a seus parentes e familiares, muito comum nos dias atuas.
Por falar em demente: eu caso ou me caso?
Como quiser, desde que seja para sempre: Eu casei (ou, me casei) há muito tempo; Nós casamos (ou, nos casamos) em 1983; Ela casou (ou, se casou) no mês de setembro.
Aficcionado ou aficionado?
A forma correta é aficionado (com um “c” e não com dois “cês” que 99% ouvimos). Do espanhol aficionado, que significa: amador de um esporte, de uma arte, apaixonado, fã. Grafa-se e pronuncia-se aficionado, e não aficcionado (forma muito usada, porém, errônea).
A locução “de formas que” é correta?
Não. Não existe de formas que, nem de maneiras que, de modos que. Use somente: de forma que, de maneira que, de modo que (sempre no singular).
(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (88) 99373-7724.