EDUCAÇÃO E CIDADANIA •
A conquista do voto feminino no mundo
“Uma das principais justificativas utilizadas por homens contrários ao exercício político feminino era a de que isso prejudicaria a conservação das famílias. Filósofos iluministas, como Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant, chegaram a considerar que as mulheres possuíam menor capacidade intelectual para desenvolver funções como as políticas e, por isso, deveriam focar-se nas questões morais, familiares e sentimentais”. (politize.com.br).
No século XIX iniciou-se o movimento sufragista que foi uma luta pela participação ativa das mulheres na política. Elas reivindicavam o direito de votarem e de serem votadas. Homens e mulheres participaram desse movimento na França do século XVIII. Em 1893, a Nova Zelândia se tornou o primeiro país a garantir o sufrágio feminino, graças ao movimento liderado por Kate Sheppard, (Liverpool – Inglaterra), o membro de maior destaque da mobilidade pelo sufrágio das mulheres na Europa.
A conquista do voto feminino no Brasil
Antes mesmo da proclamação da República o movimento feminista no Brasil já reivindicava o direito ao voto da mulher.
“A luta pelo direito ao voto ganha mais força no início do século XX. Em 1910, a educadora Leolinda de Figueiredo Daltro funda o Partido Republicano Feminino – PRF, após ter seu pedido de alistamento eleitoral negado. Leolinda era uma mulher desquitada, que criou seus cinco filhos como mãe solo e muito ativa politicamente. Por sua atuação, foi apelidada de “mulher do diabo.”
Inspirado no movimento sufragista inglês, o PRF organizava passeatas para reivindicar o direito ao voto e condições dignas de trabalho e educação para as mulheres brasileiras. O partido se tornou a primeira organização a liderar a luta pelo sufrágio feminino no Brasil. Posteriormente, foi substituído pela Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, criada por Bertha Maria Lutz”. (apps.tre-go.jus.br). Bertha foi uma ativista, bióloga, educadora, diplomata e política brasileira.
No dia 2 de setembro de 1928, no Rio Grande do Norte, Alzira Soriano (1897-1963) foi eleita para administrar o município de Lages, com 60% dos votos, tornando-se a primeira prefeita do Brasil e da América do Sul, que tomou posse no cargo no dia 1º. de janeiro de 1929.
“Numa época em que as mulheres brasileiras sequer tinham direito ao voto e política era assunto exclusivo do universo masculino, a jovem Alzira Soriano, de 32 anos, não apenas votou como disputou e venceu as eleições municipais daquele ano em Lajes, um pequeno município no interior do Rio Grande Norte.
A notícia, publicada no jornal New York Times, chamava a atenção para o fato de Alzira ser a primeira mulher eleita prefeita em um país que ainda não havia permitido o sufrágio feminino. A eleição de Alzira Soriano ocorreu graças a uma lei estadual que autorizava a participação das mulheres na política potiguar”. (em.com.br).
Pelas mãos do Presidente Getúlio Vargas em 1932 o Código Eleitoral brasileiro permitiu que as mulheres votassem ou fossem votadas, mas apenas mulheres casadas com o aval do marido ou as viúvas e solteiras com renda própria. Em 1934 foram retiradas essas determinações, porém o voto feminino continuou sendo facultativo, com a obrigação prevista apenas para os eleitores homens. Apenas em 1946 o voto passou a ser obrigatório também para as mulheres.
Hoje, foi ampliado significativamente o protagonismo da mulher na sociedade, todavia, ainda perdura a discriminação, o que faz com que elas continuem lutando pelos seus direitos em todos os sentidos.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).