EDUCAÇÃO E CIDADANIA •
A Existência Precede a Essência
A frase “a existência precede a essência”, cunhada por Jean-Paul Sartre, é um conceito central do existencialismo que afirma que, no caso dos seres humanos, a existência no mundo acontece antes de qualquer definição prévia de sua natureza ou essência. Em outras palavras, o ser humano primeiro existe, se manifesta no mundo, e só depois, através de suas escolhas e ações, define quem ele é.
A essência, nesse contexto, refere-se à natureza fundamental de algo, suas características intrínsecas e pré-determinadas.
A existência, por sua vez, é o ato de estar presente no mundo, de se manifestar e de experimentar a vida.
No pensamento tradicional, a essência geralmente precede a existência, ou seja, algo é definido por sua natureza antes de existir. Por exemplo, uma cadeira é projetada com uma certa forma e função antes de ser construída e utilizada.
“Quando alguém pensou em um objeto que pudesse escrever, por exemplo, um lápis, a sua essência já existia antes da sua existência. Assim como uma mesa, um armário, um guarda-roupa, etc. Diferentemente dos objetos, o ser humano faz-se necessário primeiro nascer (existir) para então só depois descobrir a sua essência.” (crivo do autor).
No existencialismo de Sartre ele inverte essa lógica para os seres humanos, argumentando que não há uma essência pré-definida para a natureza humana. Não nascemos com um propósito ou características fixas; somos jogados no mundo e, através de nossas escolhas, vamos construindo nossa própria identidade e significado.
Se não há uma essência pré-determinada, somos livres para escolher quem queremos ser e o que queremos fazer com nossas vidas, mas também somos responsáveis pelas consequências dessas escolhas.
Nessas consequências essa perspectiva do existencialismo tem profundas implicações filosóficas, éticas e políticas, pois coloca a ênfase na liberdade individual e na capacidade de cada pessoa criar seu próprio sentido para a vida. (IA).
O existencialismo é uma corrente filosófica que enfatiza a individualidade, a liberdade e a subjetividade do ser humano. Essa escola de pensamento propõe que cada pessoa, e não a sociedade ou a religião, é a única responsável por dar sentido à vida e por vive-la de forma autêntica e apaixonada.
Existencialistas argumentam que o ser humano é lançado no mundo sem um propósito pré-definido, sem um conjunto de valores ou crenças que são inerentemente válidos. Eles acreditam que somos essencialmente livres, e é essa liberdade que nos obriga a fazer escolhas e a determinar o nosso próprio sentido na vida. Esta liberdade, no entanto, também traz consigo uma profunda ansiedade ou “angústia”, pois somos confrontados com a responsabilidade de escolher e a possibilidade de escolher mal.
Jean-Paul Sartre é talvez o filósofo mais conhecido associado ao existencialismo. Sua ideia de que “a existência precede a essência” e sua concepção de liberdade, responsabilidade e má fé são centrais para o entendimento do existencialismo. Sartre acredita que somos condenados à liberdade, o que significa que, embora a vida não tenha um significado inerente, temos a liberdade e a responsabilidade de dar a ela o significado que desejamos. (app.planejativo.com/estudar/194/resumo/filosofia-existencialismo).
Simone de Beauvoir aplicou os princípios do existencialismo para analisar a condição da mulher, argumentando que a existência precede a essência e que “ninguém nasce mulher, torna-se mulher”.
Em resumo, a frase “a existência precede a essência” significa que o ser humano não tem uma natureza fixa e imutável, mas sim a liberdade e a responsabilidade de definir sua própria identidade através de suas ações e escolhas ao longo da vida. (IA).

