No mês de junho, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) celebra a Campanha Junho Verde, um período dedicado à conscientização sobre a importância da preservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos. Essa Campanha é uma permanente interpelação a todos os segmentos da sociedade – poder público, escolas, igrejas, empreendedores, sociedade civil – chamados a reconhecer a própria responsabilidade na necessária mudança de rumo para salvar o planeta.
O Junho Verde é uma campanha realizada com o dedicado trabalho da CNBB, que propôs a alteração da Política Nacional de Educação Ambiental. A celebração deste mês temático é parte das atividades educativas de incentivo à conscientização por um maior cuidado com a Casa Comum, além de acontecer no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho.
A humanidade precisa adotar um novo estilo de vida na perspectiva da ecologia integral, reconhecendo que o mundo é formado por uma teia de relações, a partir da qual tudo está interligado. Esta consciência precisa ser amadurecida: todos os elementos que integram o planeta são interdependentes. Os desastres climáticos e as tragédias socioambientais são gritos de alerta para essa urgente tomada de consciência.
A tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul, recentemente, foi uma amostragem daquilo que pode acontecer com mais frequência. Os sentimentos de angústia, compaixão, solidariedade e impotência diante dos fatos devem despertar a todos, pois bem sabemos que as crises ambientais são também crises sociais. Não há como separar as consequências ecológicas das vidas que foram afetadas.
Vale destacar que as tragédias não são frutos do acaso, e sim consequência direta de escolhas políticas e opções econômicas, bem como do modelo de sociedade que ainda não conseguimos transformar. Infelizmente, o negacionismo climático ainda continua determinando muitas decisões políticas e as poucas que acontecem são incoerentes e insuficientes.
Até mesmo as cúpulas internacionais são condicionadas pelo poder do capital e pela economia dos países ricos. Enquanto isso, as populações pobres são as mais impactadas por uma lógica perversa e inimiga da vida que ainda continua em funcionamento: a vontade de acumular bens materiais de forma ilimitada à base de uma sistemática exploração de tudo o que é possível neste planeta. Diante deste cenário, o que está em jogo é a vida no planeta. Nesse jogo, só temos duas opções de escolha: ou a salvação coletiva, ou o suicídio coletivo. Em outras palavras, ou mudamos, ou não teremos futuro. Por isso, é tão importante, hoje, a educação ambiental, que dialogue com o fazer político e que provoque compromissos efetivos para o bem comum, a erradicação da fome e da miséria e a defesa dos direitos humanos fundamentais. Tudo isso está incluso na Campanha Junho Verde. A complexidade das crises que atravessamos nos convoca à responsabilidade mútua, tanto como uma exigência cidadã, como também, para aqueles que creem no Deus-Criador, como um compromisso de fé. Não é possível existir uma humanidade saudável em um planete adoecido. É da vontade do Criador que os homens zelem pela Casa Comum e que tudo esteja harmonizado com o equilíbrio da Criação.

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