Lula toma posse como 39º Presidente da República

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Aos 77 anos, petista assume mandato pela 3ª vez, com o desafio de pacificar o país e acabar com a fome em um cenário econômico incerto

O pernambucano, ex-sindicalista e fundador do Partido dos Trabalhadores Luiz Inácio Lula da Silva, 77 anos, assume pela 3ª vez a Presidência da República neste domingo, 1º de janeiro de 2023. Torna-se o 39º presidente da República Federativa do Brasil. O petista já havia assumido o cargo por 2 mandatos (2003-2010). Eleito em 2º turno com 50,9% dos votos válidos (60,3 milhões de votos), Lula sobe a rampa do Palácio do Planalto com a missão de pacificar e reconciliar o país. Ele derrotou Jair Bolsonaro, que teve 49,1% dos votos (58,2 milhões de votos). Foi a menor diferença entre 2 finalistas nas últimas 9 disputas presidenciais, desde 1989.
Ao discursar à nação depois de tomar posse perante o Congresso Nacional, Lula deverá focar na tese de reconstrução do país deixado pelo governo Bolsonaro. Indicará que sua principal missão é acabar com a fome extrema e enfatizará o caráter social que pretende dar ao seu novo mandato. Janja espera 300 mil pessoas na posse de Lula em 1º de janeiro Também deve fazer um contraponto com o antecessor ao mostrar que o fortalecimento da democracia passa necessariamente pela política. Deve ainda citar preocupações com o desmatamento na Amazônia e prometer compromissos com soluções para mudanças climáticas.
Os temas que deverão ser abordados em seus discursos resumem parte do que o petista tem sinalizado como norteadores do seu novo governo. Lula demorou quase 2 meses inteiros para definir a composição da Esplanada, que terá 37 ministérios. Aliados de Lula estão contemplados com cargos na nova gestão. Em busca de ampliação da sua base de apoio no Congresso e, consequentemente, de governabilidade, o petista abriu espaço também para partidos que não o apoiaram nas eleições, mas que aderiram na montagem do novo governo. Ao todo, 9 partidos terão ministros: PT, PSB, PC do B, PDT, Psol, Rede, MDB, PSD e União Brasil. (Leia mais abaixo).
Antes mesmo de assumir o mandato, Lula já obteve uma vitória parcial, porém importante, no Congresso. Conseguiu aprovar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que o autorizou a furar o teto de gastos em R$ 170 bilhões. Assegurou, assim, recursos para os R$ 600 do Auxílio Brasil, que volta a se chamar Bolsa Família. A mudança de nome ainda dependerá de aprovação no Congresso. O petista inicia seu governo em um cenário econômico incerto. A taxa de juros está alta, a inflação acima da meta e o crescimento global desacelera. O deficit da União em 2023 é estimado em R$ 231,5 bilhões….

Na política, terá o desafio de reduzir a influência do bolsonarismo na oposição ao seu governo. Para 34% dos eleitores, a administração petista será pior que a de Bolsonaro. Com Lula, toma posse também neste domingo como vice-presidente, o médico anestesista, ex-tucano e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), 69 anos, um antigo adversário. A aliança, construída desde 2021, foi parte de um movimento para mostrar que um novo governo Lula não se restringiria ao PT e a partidos de esquerda. Houve também a intenção de amenizar a resistência de setores mais conservadores, como o agronegócio e o mercado financeiro, e atrair eleitores que, tradicionalmente, não votariam no PT. Lula também terá ao seu lado a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja. Atuante desde a pré-campanha eleitoral, ela ganhou protagonismo e destaque depois da eleição de seu marido. Foi a responsável pela produção da cerimônia de posse e do “Festival do Futuro”, série de shows que serão realizados ao longo deste domingo na Esplanada dos Ministérios. O evento ficou conhecido popularmente como “Lulapalooza”.
Fonte: O Poder 360

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