Maior artilheiro do clube e dos campeonatos Brasileiro e Carioca tinha 68 anos e foi vítima de um câncer no intestino.

Morreu na manhã deste domingo (8), o ex-jogador Roberto Dinamite, o principal ídolo da história do Vasco da Gama e maior artilheiro dos campeonatos Brasileiro e Carioca. Ele vinha realizando tratamento contra um câncer no intestino desde o final de 2021.

Roberto teve uma piora no quadro e foi internado no sábado (7) no Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Ele deixa os filhos Luciana, Tathiana, Roberta e Rodrigo, e a mulher, Liliane.

Carlos Roberto Gama de Oliveira nasceu em 13 de abril de 1954, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O apelido que marcou a carreira foi dado em 1971, após marcar o primeiro gol pelo Vasco em uma vitória por 2 a 0 sobre o Internacional. A manchete do Jornal dos Sports do dia seguinte foi a certidão de batismo: “Garoto-dinamite explodiu”. Ele tinha 17 anos.

No total, Roberto marcou 708 gols pelo Vasco. Com o clube, ele conquistou um Campeonato Brasileiro (1974) e cinco Campeonatos Cariocas (1977, 1982, 1987, 1988 e 1992).

Roberto Dinamite jogou pelo Barcelona, na Espanha, e teve passagens pela Portuguesa e pelo Campo Grande, no Brasil.

O corpo do artilheiro será velado em São Januário em cerimônia aberta ao público nesta segunda (9).

O ex-jogador foi eleito presidente do Vasco em 2008 e teve que lidar com o rebaixamento do clube. No ano seguinte, a equipe conquistou o título da Série B do Brasileirão, e em 2011 alcançou o inédito título da Copa do Brasil. Em 2013, entretanto, o Vasco caiu novamente para a Segunda Divisão, e Roberto encerrou seu segundo mandato no ano seguinte.

Mesmo com a saída, ele sempre esteve presente no clube. Em 2021, ele ganhou uma estátua na sede do clube, em São Januário. O valor arrecadado para a homenagem, R$ 190 mil, foi reunido em menos de seis horas entre os torcedores do clube.

 

Política

Dinamite foi deputado estadual por cinco mandatos e um dos primeiros esportistas de destaque a trilhar carreira na política.

Ele se aposentou dos gramados em fevereiro de 1993, em um jogo de despedida pelo Vasco.

Pouco antes, em 1992, ele havia sido eleito para vereador pelo PSDB no Rio de Janeiro. O mandato começou na sequência do fim da carreira como atleta.

Em 1994, o ex-jogador conquistou o mandato para deputado estadual. Ele se reelegeu em 1998, 2002, 2006 e 2010. De 2002 em diante, Dinamite disputou as eleições pelo então PMDB, atual MDB.

A sequência de reeleições foi interrompida em 2014, quando ele não conseguiu vencer a eleição.

Dinamite nunca teve mandato federal em Brasília. Além da atuação no legislativo estadual, foi presidente do Vasco de 2008 a 2014, fazendo oposição a outro dirigente histórico do clube, Eurico Miranda.

Em uma postagem nas redes sociais, o Vasco da Gama lamentou a perda de seu maior ídolo.

“É com o mais profundo pesar que o Vasco da Gama recebe a informação que o #MaiorDeTodos nos deixou neste domingo. Carlos Roberto de Oliveira, o Dinamite, dedicou 29 dos seus 68 anos ao Clube, como atleta e Presidente. Te amaremos para sempre, Calu. Descanse em paz”, disse a postagem do clube.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é vascaíno, também lamentou a morte do ex-jogador.

“Meu ídolo desde criança. O cara que me fez viver as primeiras emoções com meu Vascão. Um ser humano generoso e amigo. Vai em paz, Dinamite. Obrigado por todos os momentos de alegria que você me proporcionou. Meus sentimentos aos familiares, amigos e a legião de fãs desse craque!”, disse o prefeito do Rio.

Pouco depois, Paes anunciou, pelas redes sociais, que o trecho da Avenida General Américo de Moura, em frente ao Estádio São Januário, receberá o nome de Avenida Roberto Dinamite. O decreto será publicado na próxima terça-feira (10) no Diário Oficial do Município.

O trecho fica entre as ruas Ricardo Machado e Dom Carlos.

O governador Cláudio Castro disse que Dinamite “deixará saudade” entre os cidadãos.

“Perdemos hoje uma das personalidades mais importantes do futebol carioca. Maior ídolo do Vasco da Gama, Roberto Dinamite deixará saudade, principalmente, aos apaixonados pelo esporte mais popular do planeta. Além de maior goleador da história do Vasco, Dinamite é também o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Carioca. Neste momento de profunda dor e tristeza, manifesto meu pesar a familiares, amigos e fãs”, afirmou o governador.

 

A CBF também lamentou a perda

“Com pesar, a CBF lamenta a morte de Roberto Dinamite, um dos maiores atletas do futebol brasileiro. Pela Seleção Brasileira, o ex-jogador marcou 25 gols e foi artilheiro no vice-campeonato do Brasil na Copa América de 1983. Ele também disputou as Copas do Mundo de 1978 e 1982”, afirmou a confederação em nota.

 

ENTENDA A DOENÇA

O câncer de cólon intestinal é um tipo de câncer ligado a mutações cromossômicas e se manifesta em diferentes regiões do intestino, afetando igualmente homens e mulheres.

A doença, que atinge mais de 40 mil pessoas por ano, tem fatores genéticos familiares e está associada à Doença Inflamatória Intestinal e a hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool e de carne vermelha.

Segundo o presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, Sérgio Pessoa, que é coordenador da campanha nacional Março Azul, a doença normalmente se origina de um pólipo no intestino grosso que se maligniza.

Por isso, o câncer de cólon intestinal tem uma prevenção efetiva e um grande potencial de cura quando diagnosticado em fases iniciais.

A presença da doença pode ser percebida diante de uma mudança de hábito intestinal, que se manifesta através de diarreia ou prisão de ventre sem razão aparente, presença de sangue nas fezes e, em estágios mais avançados, dores abdominais, perda de apetite e emagrecimento.

Roberto Dinamite: diagnóstico do câncer de cólon intestinal
O diagnóstico se dá por meio de colonoscopia ou pela pesquisa do sangue oculto nas fezes. O cirurgião oncológico, Heládio Feitosa explica que “o câncer colorretal tem rastreio na população.

É um dos cânceres que você pode fazer exames no sentido de diagnóstico precoce e prevenção, principalmente a colonoscopia.”

A colonoscopia é indicada a partir dos 45 de idade. Segundo o médico, caso o exame não apresente alterações, ele deve ser repetido somente em dez anos. Caso haja a detecção de pólipos, tumores benignos que podem se tornar cânceres, é necessário fazer a sua retirada.

A partir de um diagnóstico de câncer colorretal, o paciente deve procurar um cirurgião oncologista. O tratamento vai depender do estadiamento, ou seja, do estágio de evolução da doença, e da sua localização.

 

Por Márcio Gomes (Redação Jornal Correio da Semana)

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