Deus é tão bom que nos dá o dom de discernir: de escolher o bem ou mal, a vida ou a morte. Ele existe para distinguirmos a identidade do Espírito de Deus, do espírito do mal, e do espírito humano. A cada dia surgem situações para discernirmos “de onde vem” – de mim, do mal ou de Deus?
No Éden, o primeiro casal à imagem e semelhança de Deus só conhecia o bem. Eles tinham o dom do discernimento, e Deus ainda se antecipou dizendo-lhes: “Não comam daquela árvore!”. Mas o inimigo surgiu como um bem, e Eva aceitou o fruto… Eva se utilizou do espírito do mal e do próprio espírito para essa escolha.
Estamos a cada dia explorando o mal, temos curiosidade… Ninguém caminha enganado. Cuidado!
No caminho vocacional, no percurso da nossa vida como um todo, o Senhor nos dá o dom do discernimento para cuidarmos de outro dom que Ele mesmo nos confiou: o Carisma.
Sempre que você tiver uma intuição para algo, pare e reflita: de onde ela vem? A causa de um comportamento, de um pensamento – se ele lhe parece estranho, reflita de onde vem.
É preciso reforçar que nem todo lugar devo ou posso estar; nem toda roupa, ou mesmo corte de cabelo, convém a você. Não esqueça, pois tudo tem uma história, uma origem. Aquilo que convém é o que nos conduz à imagem e semelhança da Vontade de Deus.
Dessa forma, quem reza sabe discernir! Quem reza reconhece a “fumaça do inimigo” desde longe… O dom do discernimento nos auxilia nas ocasiões práticas do cotidiano. A cada dia, peçamos ao Espírito o dom de bem discernir.

Formas de discernimento
Bom senso: Saber o que convém – se devo ou não fazer;
Científico: Ser a favor da vida, seja através das medicações, dos diagnósticos;
Doutrinal: Confiar na Igreja – sua tradição, sua doutrina e seu magistério;
Carismas: Descobrir e desenvolver os carismas e dons que Deus me deu;
Vocacional: Para que Deus nos chama? A vocação nos direciona.
Saiba que o Pai nos chama por causa de Cristo, da Sua Igreja, do Evangelho e da humanidade… “Ai de mim se eu não evangelizar!” (cf. 1 Cor 9, 16).
Nosso saudoso Servo de Deus Monsenhor Waldir nos conduziu assim: “Quero que os filhos de Sião sejam Igreja. Andem em comunhão com os bispos, padres… Coloquem a mão na massa, e estejam unidos”. Por causa do meu e do seu sim, as portas do inferno não prevalecerão!

Exigências para distinguir uma vocação
Ter reta intenção – isto é, saber onde quero chegar;
Examinar a si mesmo para saber se há condição para abraçar o chamado (se não existem impedimentos de saúde; se vivo moralmente; se sou equilibrado espiritual, psicológica e humanamente);
Prestar atenção como nasce a vocação e deixar-se formar. Aqui verifique como vivem os irmãos na Comunidade, como ela acontece, como ela age na vida dos membros. Aquele que está fora pode nos enxergar melhor e nos ajudar a entrar nos trilhos.
Deus tem poder de fazer das pedras, filhos! Sendo assim, não importa nossa vida até o momento em que Deus nos chamou, o que importa é viver a escolha do Senhor. Por isso, é preciso retidão! Ele sabe que através da sua vida, muitos chegarão até Ele. Está em jogo a sua felicidade, e a de muitos outros. Portanto, é preciso decidir dar o passo, sem desanimar!

Passos para o discernimento vocacional
1 – Oração
Trata-se de um diálogo com Deus, nEle descobrimos Sua vontade. Saiba que a vida de oração é para sempre.
2 – Percepção para ver o que Deus quer de mim
Cultivar o silêncio interior, perceber os detalhes divinos; questionar: O que tem movido o meu interior?
Escuta daqueles que apoiam, bem como os que criticam suas decisões;
Aprenda a olhar os homens e acontecimentos à sua volta.
3 – Informação
Conheça a fundo a sua Comunidade. Conviva, veja de perto a realidade dos irmãos, a fim de que você tenha informações suficientes para perceber sua identificação com ela.
4 – Reflexão
A vocação é uma empresa – demasiadamente grande. É a porta para toda a vida, e a vida plena!
5 – Decisão
Em São Lucas 9, o evangelista traz os três casos de vocação, diante os quais Cristo é exigente: não há porque voltar atrás, isso é coisa de frouxo! Você não pode duvidar do que quer: a felicidade é uma só – Jesus.
6 – Ação
Uma vez tomada a decisão, avança! Faça acontecer o teu chamado, a fim de quer te tornes fiel a cada dia naquilo que você decidiu.
7 – Direção Espiritual
No caminho é bom e necessário contar com irmãos mais experientes, que são capazes de nos auxiliar na escuta da vontade de Deus. Portanto, permita-se conduzir.
Vander Lúcia Menezes Farias – Fundadora, Consagrada na Comunidade de Vida com Promessas Definitivas

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