Guerras no Brasil

O Brasil é conhecido como o país do futebol. A grande maioria da população adora futebol, discute, e briga por futebol, quer que seja pelo seu time preferido ou pela seleção brasileira. A torcida sorri e chora pelo seu time preferido. Tem gente que até quer entender mais que o técnico do seu time ou da seleção.
Remotamente o torcedor discutia futebol apenas com expressão verbal. Hoje, existem muitos torcedores fanáticos, fundamentalistas, que chegam a brigar por futebol nos bares, nas ruas e nos estádios. Criou-se uma verdadeira guerra chegando-se até a morte de torcedores adversários. Fora as guerras das facções que matam pessoas todos os dias.
Mas em se tratando de guerra o Brasil teve grandes conflitos no passado. A exemplo, podemos citar a Guerra de Canudos. Esta guerra foi um movimento liderado por Antonio Conselheiro, em Canudos, no interior da Bahia, entre 1896 e 1897 que envolveu a comunidade social, a Igreja e o Exército Brasileiro. A localidade se transformou num lugar de atração para as populações marginalizadas do Nordeste.
Segundo a Profa. Juliana Bezerra “o arraial de Canudos era formado por moradores que fugiam da extrema miséria em que viviam do sertão nordestino. Em pouco tempo, o lugar reuniu 25.000 pessoas constituindo, segundo os latifundiários, em foco de monarquistas que desejavam derrubar a recém-instaurada república.
Os principais motivos foram: problemas sociais e econômicos enfrentados pela população nordestina no início da Primeira República; receio do governo com o crescimento de poder do líder messiânico Antônio Conselheiro; conflitos de terras envolvendo latifundiários e a população mais pobre; descaso do poder público com a população que ali vivia.
A estrutura econômica do Brasil funcionava com base no latifúndio, onde predominava a monocultura e a exploração da mão de obra que vivia na miséria. Antonio Conselheiro era um beato, nascido no Ceará que pregava a salvação da alma pra quem o seguisse.
Os beatos ou conselheiros caminhavam pelo sertão, pregando uma forma de catolicismo popular e eram seguidos por dezenas de fiéis. Por isso, também eram vistos como ameaça pela Igreja Católica.
Ergueram a “cidade santa de Belo Monte” e Canudos era uma comunidade onde inexistiam diferenças sociais, onde os rebanhos e as lavouras pertenciam a todos. Esse modelo sócio econômico atraía milhares de sertanejos. (Isto é comunismo). Em 1896, ano em que começou a guerra, Belo Monte tinha mais de 5 mil famílias.
Para os sertanejos, o arraial era a “terra prometida”, Porém, para os padres que perdiam fiéis, e os proprietários de terra que perdiam seus trabalhadores, era um “reduto de fanáticos” que devia ser eliminado.
O vice-presidente Manuel Vitorino, que ocupava a presidência como substituto de Prudente de Moraes, enviou a terceira expedição, comandada pelo coronel Moreira César, que foi morto na operação.
Daí então, Prudente de Moraes ordenou ao ministro da Guerra, marechal Bitencourt, que embarcasse para a Bahia e assumisse o controle direto das operações. Foi então organizada nova expedição, com mais de 5.000 homens sob o comando do General Artur Oscar, com a ordem de destruir Canudos.
Após intenso bombardeio de canhão, a missão foi cumprida. Canudos foi totalmente destruído em 5 de outubro de 1897”. A destruição de Canudos foi completa e milhares de camponeses morreram no conflito.
As tropas oficiais não fizeram prisioneiros e ainda chegaram ao ponto de desenterrar o corpo de Antônio Conselheiro para fotografá-lo. Sua cabeça foi cortada e levada como troféu, repetindo uma prática que vinha do tempo da colônia. (todamateria.com.br).
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *