Em meio ao turbilhão de dificuldades que atingem a existência humana, há uma virtude que está enraizada no coração de cada homem: a esperança, uma das virtudes teologais que clareia muitos enigmas surgidos dos insucessos, da dor e da morte. Foi tudo o que vivenciamos nos últimos dois anos.
Chegamos agora no tempo da esperança que nos permitirá olhar para a frente e continuar a vida apesar de tantas coisas, pessoas e situações que ficaram para trás. A vida continua com um desafio a mais: precisamos aprender a conviver com um vírus ainda por um tempo indeterminado. Agora, temos um pouco mais de esperança com as vacinas, que nos permitiram encarar a Covid-19 de uma outra forma, sem precisarmos voltar à estaca zero e fechar os ambientes públicos.
Por estes e tantos outros sinais de renascimento é que o Papa Frnacisco deseja injetar no mundo uma dose a mais de esperança. E queremos, sim, receber quantas doses forem necessárias de esperança para nos ajudar a restabelecer um clima de confiança no mundo. Nesse âmbito, o Santo Padre anunciou a preparação e o lema do Jubileu 2025: “peregrinos de esperança”.
Todos os cristãos são chamados a encerrar os primeiros vinte e cinco anos do século XXI iniciando uma nova página da história. Somos impelidos por tudo o que foi vivenciado. Pela experiência de “tocar de perto o drama da morte na solidão, a incerteza e o caráter provisório da existência” e de tantos outros aspectos que modificaram nosso modo de viver, como ressalta o Papa Francisco.
Com ânimo, precisamos manter acesa a chama da esperança em vista do futuro. Crer contra toda evidência negativa e esperar contra toda desesperança. Eis o que deve dilatar os corações cristãos e fazer-nos verdadeiros apóstolos, arautos, peregrinos da esperança. É a preparação para o Ano Santo na expectativa de superarmos de vez esta pandemia.
O cardeal brasileiro Dom Paulo Evaristo Arns, falecido em dezembro de 2016, tinha como lema episcopal: “Spes et spes” (De esperança em esperança). Essa frase tão cheia de significado deve dar sentido e caracterizar a caminhada cristã. A confiança, a fé, a solidariedade não podem fracassar de tal modo que possamos caminhar de esperança em esperança.
Mas o Papa Francisco ainda abre os olhos da humanidade para muitos desafios que precisam ser enfrentados, como o drama da pobreza crescente e dos inúmeros refugiados forçados a abandonar suas terras. Para isso, a solidariedade efetiva não pode ser negligenciada pelos poderosos do mundo e nem por cada um de nós. Precisamos resgatar aqueles velhos valores comunitários que fomentam a cultura do encontro, da solidariedade, do bem coletivo. Colocar em prática o fato de que somos todos irmãos nas relações pessoais e na vida social. Eis a nossa verdadeira esperança.

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