artemisio da costa 2

Obrigado, Mamãezinhas!

Como ocorre anualmente no Brasil, mais um Dia das Mães será comemorado neste domingo, 11 de maio. Trata-se de ocasião que tem tudo para refortalecer os sublimes laços que unem mãe, pai, filhos, filhas, enfim, a família. Mas, lamentavelmente, em milhões de lares a sensibilidade aos sentimentos de gratidão e afeto anda meio adormecida, sendo um dos mais fortes motivos a força do consumismo desenfreado. E aí vão alimentando e perpetuando esse mau hábito de desvirtuar ocasiões de homenagens. Não só isso, mas também o despropósito de atiçar a gula insaciável do comércio.
Nessas alturas, a maioria dos filhos apela para o presente material, para a alegria dos comerciantes. Tendo como comprar e dar, um agradinho não faz mal, não. O que não pode é esquecer que o presente mais desejado não está à venda: a presença física, envolta do máximo de gratidão, carinho e respeito à homenageada (mãe). O inadmissível é transformar datas festivas importantes como Dia das Mães, dos Pais, Natal e outras em datas estritamente comerciais
Agora, quem nos aponta, de forma convincente, como chegar o mais próximo possível da satisfação da homenageada (no caso, as mães) é quem não mais a tem. Quanto àqueles que ainda têm mães consigo, insisto: Ouça um órfão! Muitos deles hoje amargam dissabores por não terem agido no tempo devido, quando ainda poderiam contar com elas.
Ouvindo e obedecendo às orientações de um órfão, seguramente a consciência não cobrará, por exemplo: Por mais que lhe dei mais carinho, atenção? Por que não lhe declarei mais amor ainda em vida? Por que não lhe pedi perdão? Por que não agradeci mais o que elas fizeram por mim?
Por que não fiz isso? Por que não disse aquilo? etc.
Tem mais: Essas indagações começarão a perturbar o (a) filho (a) assim que sua mãe fechar os olhos. E o pior: só cessará quando o filho (a) também cerrar os seus olhos.
Agora, quanto àqueles que já estão na orfandade, como é meu caso, vai a sugestão para que voltem o olhar para as mamães dos abrigos, para as pobres e sofridas, as viúvas, as abandonadas pelos maridos/companheiros, as discriminadas e marginalizadas e para as ignoradas pelos próprios filhos de sangue ou por suas famílias.
Essas são dignas do mesmo carinho e respeito dispensados à mamãe do órfão, que poderá ser reconhecida/lembrada numa dessas figuras. Outra coisa: que cada órfão procure alertar os que ainda têm mães, orientando-os a cuidarem mais delas e a as tratarem melhor, a fim de que não sejam apenados pela consciência no futuro. Aja, enquanto é tempo
Para minha tristeza, em 2011, aos 87 anos, partiu minha mãezinha Gerarda Alves da Costa. Em sua infinita bondade, naquele dia Deus me colocou ao lado dela, segurando-lhe a mão, numa união tão íntima que até seu último suspiro detectei claramente. E naquele instante único e mágico para mim, o soltar a minha mão significou: “Vai, filho! Prossiga na estrada que eu e seu pai Gonçalo apontamos! Não te desvies dela, pois com certeza ela te levará à Casa do nosso Pai, para onde estou seguindo agora, e em paz!
A benção, dona Gerarda! Muito obrigado, minha querida mãe!
E em nome da minha, desejo às demais um FELIZ DIA DAS MÃES!
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História
A mais antiga comemoração do Dia das Mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. Em seguida, no início do século XVII, a Inglaterra passou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nos Estados Unidos, em 1872, a escritora Júlia Ward Howe, sugeriu a criação de uma data comemorativa às mães.
Nos EUA
Mas foi, Anna Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães que atualmente comemoramos. Sua ideia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. A luta de Anna Jarvis durou três anos seguidos. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incluiu o Dia das Mães no calendário de datas comemorativas daquele estado. Imediatamente, outros estados daquele país aderiram à comemoração.
Unificação
Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em pouco tempo, mais de 40 países adotaram a data.
No Brasil
O primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica. Pena que temos de corroborar com Anna Jarvis quanto à comemoração da data no Brasil, onde se configura mais como uma data comercial. Um dia de grandes negócios para o comércio.
Lamento
“Não criei o Dia das Mães para ter lucro”, disse, enraivecida, Anna Jarvis (foto) em 1923. De tão triste, naquele mesmo ano, entrou com um processo para cancelar a data, mas não obteve bom êxito. Passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães, chegando a usar até recursos próprios na causa. Lamentava o fato de as pessoas não agradecerem o amor que recebem: “O amor de uma mãe é diariamente novo”. Anna Jarvis morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões comemorativos vindos do mundo todo, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser mãe.
Dando luz
O Dia Mundial do Enfermeiro (12 de maio) surgiu em homenagem a Florence Nightingale (*Florença, Itália – 12.05.1820 + Londres, Inglaterra – 13.08.1910), enfermeira conhecida na história como “A dama da lâmpada”. Ela utilizava este instrumento para ajudar na iluminação dos feridos durante a noite, a fim de tratá-los. Mas eu deduzo que está faltando essa luz, dia e noite, à administração de Sobral para tratar melhor os colegas de Nightingale, que já cansaram de tanto aguardar atualização do pagamento de salários e ainda aguardam concurso público nessa área. Fiat luz!
Pérolas do Rádio
Ouvi num programa local: “A gestante deu luz a uma menina graças à ajuda do enfermeiro e da enfermeira”. Peraí, colega. Deus é quem pode dar esse tipo de luz. Por exemplo, ao Prefeito para atualizar salários e abrir mais concursos para o pessoal da Enfermagem. Agora, entenda: Quando se refere a “parir” é dar à luz (dar à claridade, dar ao mundo, fazer nascer). O objeto direto é a menina; o indireto, luz. FRASE CORRIGIDA: “A gestante deu à luz uma menina graças à ajuda do enfermeiro e da enfermeira”.

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