Procissão da Fugida do Bom Jesus dos Passos: Na sombra do Horto, fieis caminham com Cristo rumo ao Calvário

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Após vivenciarem um intenso itinerário espiritual durante a Quaresma — meditando a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo por meio do Ofício da Paixão, do Setenário das Dores de Nossa Senhora e da Via Sacra — o povo sobralense reuniu-se na noite da última quinta-feira, 10 de abril, para participar da Tradicional Fugida do Bom Jesus dos Passos, que aconteceu após a Santa Missa na Catedral da Sé.
Este piedoso ato rememora a fuga de Jesus para o Horto das Oliveiras. Tendo feito a ação de graças após a ceia, Jesus deixa o cenáculo com seus discípulos, dirige-se ao Horto e ali se põe em oração. Contudo, logo ao iniciar sua súplica, é tomado por um profundo temor, desgosto e tristeza, conforme relata São Marcos (14, 33). São Mateus complementa: “Começou a entristecer-se e a angustiar-se” (Mt 26, 37). Dominado por essa angústia, o Redentor declara que sua alma está aflita até a morte (cf. Mc 14, 34). Diante d’Ele, passam todas as cenas dolorosas dos tormentos e humilhações que em breve suportaria.
A procissão seguiu por algumas das principais ruas do centro da cidade, rumo à Capela de Nossa Senhora do Rosário, e contou com a presença do pároco, Padre Berg; da vice-prefeita, Dra. Imaculada Dias; do diácono permanente, Cândido Aguiar; além de toda a comunidade paroquial, que, com fervor e devoção, participa anualmente deste expressivo ato de fé e piedade popular.
O clima de oração e recolhimento acompanhou todo o percurso, marcado por marchas fúnebres executadas pela Banda de Música Maestro José Pedro, momentos de silêncio e meditações sobre os sofrimentos de Cristo.
A imagem do Bom Jesus dos Passos, envolta pela coberta — preservando o sentido bíblico do momento em que Jesus se retirou para rezar no Horto —, foi conduzida em andor pelos fieis, tornando-se o centro das atenções e das orações, simbolizando o início de Sua dolorosa caminhada rumo ao Calvário. A “Fugida” representa, assim, não apenas um rito tradicional, mas também um convite à conversão, à reflexão e à vivência mais profunda do Mistério Pascal.
Thais Helena – Jornalista – Jornal Correio da Semana – Fotos: Marcildo Brito

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