Semana de Arte Moderna 1922
A arte sempre foi algo muito especial para mim. Aos 11 anos, comecei a escrever poesias. A princípio todas românticas, mas com o tempo enveredei para o lado político, nos anos da ditadura militar. Na música, acabei por aprender a tocar violão. Neste mês de fevereiro a Semana de Arte Moderna faz 100 anos. Não poderia deixar de comentar sobre esse tema.
Veja comentário do Prof. Rodrigo Gurgel, autor de “Crítica, Literatura e Narratofobia”, “Esquecidos & Superestimados” e “Muita Retórica – Pouca Literatura (de Alencar a Graça Aranha):
“A Semana de Arte Moderna foi um evento artístico e cultural que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. A proposta dos artistas desde o início se mostrou clara: a afronta, o escândalo e o rompimento com os padrões estéticos vigentes. O evento contou com apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras de arte, como pinturas e esculturas, e palestras”. As pessoas se baseavam nas vanguardas artísticas européias.
Um dos artistas que expôs sua obra na Semana de Arte Moderna foi o pintor Di Cavalcante que afirmou: “Seria uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os esolêmicatribos na barriga da burguesiazinha paulista”. O italiano Ricciotto Canudo definiu assim as sete artes clássicas: arquitetura, escultura, pintura, música, dança, literatura e cinema.
Rodrigo Gurgel afirma: “a lista ainda é discutida, já que deixou de fora outras artes famosas e importantes. Alguns exemplos são: o teatro, a fotografia e o ilusionismo. Canudo defendeu o cinema como uma das artes mais importantes e adicionou-a na lista das artes antigas feita pelo filósofo Hegel. O argumento em defesa da concepção de Ricciotto e da linha classicista alega que, as artes não inscritas na lista, são na verdade junções das sete artes clássicas. O teatro, por exemplo, seria a combinação entre literatura, gravura, dança, música e pintura.
Atualmente, a ordem que possui maior consenso entre os estudiosos é diferente. O documentário “A Primeira Arte”, da Brasil Paralelo, explica uma das razões. Devido à descoberta de que o ser humano, desde antes do nascimento, possui conexão com sons, melodias, e até mesmo músicas, a música foi posta em primeiro lugar. A audição é o primeiro dos sentidos a se desenvolver por completo. Dessa maneira, a ordem mais utilizada para listar as sete artes nos dias de hoje é a seguinte: música, dança, pintura, escultura, arquitetura, literatura e cinema”.
Segundo o escritor, romancista, autor da obra Os Miseráveis, Victor Hugo, “a música expressa o que não pode ser dito em palavras, mas não pode permanecer em silêncio. Já o psicólogo Jordan Peterson estabelece que “na música, os sons, que sozinhos são aleatórios em conjunto, porém, forma harmonia, gerando sentido a partir da matéria bruta”.
Por Salmito Campos – (salmitocamposs@gmail.com).