Ir. Carminda Amélia Carvallho Alves, mrcj
Celebrando ainda o mês vocacional e, sabendo que Deus continua chamando os jovens e as jovens em todo tempo e lugar para uma vocação santa, um sacerdócio régio, coletamos mais um tesouro espiritual tecido à mão de nosso fundador o Servo de Deus Joaquim Arnóbio de Andrade, que sempre inflamado de amor ao Coração de Jesus, se empenha a orientar sacerdotes e religiosas numa vida consagrada a Deus através de um SIM generoso. São pequenas orientações catequéticas e reais do que seja a verdadeira VOCAÇÃO. Numa linguagem simples e bastante atual, Padre Arnóbio faz a tecitura do(a) vocacionado (a) à santidade.

O VERDADEIRO SENTIDO DA VOCAÇÃO SACERDOTAL E RELIGIOSA
Padre Joaquim Arnóbio de Andrade

1. O QUE A VOCAÇÃO NÃO É:
Não é pieguismo. Não é sentimentalismo. Não é instinto ou inclinação infantil. Não confundir, portanto, vocação essas manifestações pueris e neuróticas.
São Paulo, escrevendo aos Efésios, faz a seguinte recomendação: “digne ambuletis vocatione, qua vocati estis” – “leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados” (Ef. 4,1). E é isto um grande e poderoso meio que entendemos a vocação sacerdotal: a santidade. Mas qual deve ser a santidade do seminarista de nossos dias? Quais as virtudes que devem ornar o espírito e o coração do seminarista moderno. Ouçamos o que nos recomenda os Santos Padres: 1. A Exortação “Menti Nostrae” – Pio XII (1); 2. Encíclica Ad catholici sacerdotii de Pío XI (2); 3. A Santidade da Vida Sacerdotal, PioXII (3).
Pela leitura destes documentos pontifícios podemos consultar e concluir que só podemos cultivar a vocação pela santificação de nossa própria vida; pela formação do caráter; pela prática das seguintes virtudes: humildade, caridade e piedade.

2. O QUE A VOCAÇÃO SUPÕE:
Vocabilidade – é o conjunto de qualidades naturais condicionantes da vocação: 1. Qualidades físicas: saúde suficiente, integridade física; 2. Qualidades intelectuais: suficiente cultura humanística e teológica, que torne a criatura capaz de exercer a sua missão; 3. Qualidades morais: flexibilidades de costumes, coragem para lutar diante das fragilidades e querer ser padre.

3. O QUE A VOCAÇÃO É:
É o chamado de Deus através da hierarquia. O chamado supões uma resposta: um sim ou um não, uma recusa ou uma entrega- UMA DOAÇÃO. Mas esta resposta é livre, espontânea: “Si quis vult…” os apóstolos, Moço rico… No caso afirmatiivo, a entrega ou a doação responde ao chamado. Portanto, o chamado e a entrega (voto ou doação) são duas realidades primordiais da vocação religiosa. A Vida Religiosa é, portanto, a entrega ou doação que responde a um chamado de predileção. Eis a razão do voto: de certa maneira o voto constitue a a essência da Vida Religiosa. Não basta doação sem compromisso formal. A vocação religiosa é a vocação pelo qual a pessoa caminha para Deus com todo o seu ser.

4. O QUE DEUS, OU O QUE A IGREJA ESPERA DOS RELIGIOSOS OU DOS PADRES NOS DIAS DE HOJE
A Igreja espera que os Religiosos e os Padres, sejam de fato religiosos, padres. O melhor que temos a fazer é tornamo-nos sempre aquilo que somos. E só isto é importante. Um padre ou religioso que desempenha um papel temporal estará bem fora do centro do plano de Deus.
(1)(3) Exortação Apostólica do Papa Pio XII Ao Clero Do Mundo Católico sobre A Santidade da Vida, 23 de Setembro de 1950.
(2) Encíclica Ad Catholici Sacerdotii Del Sumo Pontífice Pío XI Sobre El Sacerdocio Católico, 20 de Diciembre de 1935.

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