Solenidade da Assunção de Nossa Senhora é considerada a principal festa da Virgem Maria

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A Assunção de Maria é uma antecipação da ressurreição da carne, que para todos os outros homens só acontecerá no fim dos tempos, com o Juízo Final

Padre Arnaldo Rodrigues – Cidade do Vaticano

No dia 15 de agosto a Igreja celebra a Assunção de Nossa Senhora. No Brasil esta festa é transferida para o domingo seguinte. Na Itália a festa é comemorada com o tradicional “ferragosto” [deriva da frase latina feriae Augusti (descanso de Augusto) que indica uma festa instituída pelo Imperador Augusto em 18 a.C]. Solenidade é considerada a festa principal em honra a Virgem Maria.
“Pelo que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. Foram com estas palavras que o Papa Pio XII, no dia 1 de novembro de 1950 festa de todos os santos, declarou o Dogma da Assunção de Maria.
A dormitio Virginis e a Assunção, no Oriente e no Ocidente, estão entre as mais antigas festas marianas. A Igreja Ortodoxa e a Igreja Apostólica Arménia celebram a festa da Dormição de Maria no dia 15 de Agosto.
A Virgem Imaculada, que, preservada imune de qualquer culpa original, no final da sua vida, foi assunta, isto é, acolhida, para a glória celeste em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha do universo, para que estivesse mais plenamente em conformidade com o seu Filho, Senhor dominante e vencedor do pecado e da morte. (Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, 59).
A Virgem Assunta, diz o Missal Romano, é primícias da Igreja celeste e um sinal de consolação e esperança segura para a Igreja peregrina. Isto porque a Assunção de Maria é uma antecipação da ressurreição da carne, que para todos os outros homens só acontecerá no fim dos tempos, com o Juízo Final. Esta solenidade é considerada a festa principal da Virgem Maria.
Teologia
Para nós cristãos, existe o significado teológico para esta grande festa. O Doutor da Igreja, São João Damasceno (676-749), assim escrevera: “Convinha que aquela que guardara ilesa a virgindade no parto, conservasse seu corpo, mesmo depois da morte, imune de toda corrupção. Convinha que aquela que trouxera no seio o Criador como criancinha fosse morar nos tabernáculos divinos. Convinha que a esposa, desposada pelo Pai, habitasse na câmara nupcial dos céus. Convinha que, tendo demorado o olhar em seu Filho na cruz e recebido no peito a espada da dor, ausente no parto, o contemplasse assentado junto do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse tudo o que pertence ao Filho e fosse venerada por toda criatura como mãe e serva de Deus”. A Mãe de Deus que foi preservada da corrupção do pecado original, foi preservada também da corrupção do seu corpo imaculado. É a nossa esperança.
Para esta grande festa da Assunção, seja na celebração no domingo no Brasil ou hoje na Itália e em outras partes do mundo, abramo-nos a Deus como Maria, deixando-se preencher da presença do Espírito Santo e dizendo como ela: “Que se cumpra em mim a tua vontade, eu sou a serva do Senhor”. Enchendo assim o coração e a vida de alegria.

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