E agora, José?

Faltam 50 dias para as Eleições 2024, ocasião em que mais uma vez iremos eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Lamentavelmente, milhões de brasileiros continuam esbarrando na indecisão ou na falta de confiança sintetizadas na frase-título deste artigo.
Num dia como hoje, em 17 de agosto de 1987, o Brasil perdeu o autor da enigmática frase, Carlos Drummond de Andrade, aos 75 anos, de parada cardíaca, no Rio de Janeiro (RJ). Foi um dos mais renomados poetas, contistas e cronistas brasileiros. A saúde do poeta mineiro vinha piorando desde que sua única filha, Maria Julieta, morreu em 05.08.1987, em decorrência de um câncer. Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira (MG), em 31.10.1902.
Depois que Drummond, em 1942, escreveu o poema “JOSÉ?”, o verso inicial “E AGORA, JOSÉ?” transformou-se em frase de efeito para indicar situações de aflição, de crucial interrogação. O poeta até chegou a dizer que, de sua vida e obra, talvez recordariam apenas dessa frase. Do autor, muito pouco se lembrariam). Detalhe: E é porque foi musicada.
Em parte, ele tinha razão, dada a memória curta de parte do povo brasileiro. Ainda bem que tem a outra parte – a que memoriza alguma coisa.
Por falar em memória, prove que a sua não é curta respondendo sobre as eleições passadas: Quando elas ocorreram? Que cargos eram disputados? Em que candidatos votou? Lembrete: mentir pra si mesmo é alimentar o corruto que pode haver dentro de si.
Mas voltando àquilo que Carlos Drummond escreveu (E agora, José?), no que concerne ao voto, o que atormenta também decorre por conta da falta de opções seguras quanto aos que irão transformar em seus governantes. E, ainda, pela preguiça de garimpar nomes que ainda se salvam neste lamaçal podre da política (com “p” minúsculo). Vale ressaltar que, mesmo que raros, ainda existem homens e mulheres sérios e honestos que fazem a verdadeira Política, que é uma atividade bonita e extremamente necessária a qualquer sociedade.
Agora, debite-se grande parcela de culpa dessa falta candidatos dignos e merecedores do voto aos dirigentes de partidos, que dão o direito de concorrer a qualquer pessoa: basta que o perfil do candidato obedeça apenas aos superficiais e vagos pré-requisitos exigidos na lei eleitoral. E Que se danem a idoneidade moral, a cultura, os bons propósitos e outras bos qualidade!
Tendo uma meia dúzia de votos e um dinheirinho pra gastar, a ficha é liberada imediatamente pra concorrer a qualquer cargo. Entra, então, em cena mais um perigoso enganador na praça. E aí, Sr. Presidente de partidom como fica?!
E agora, José? Você, que é eleitor; e agora, Josefa, eleitora? O jeito é mandar-lhes mais uma dica parodiando Carlos Drumond de Andrade, lembrado hoje pelos 38 anos de sua partida: Não seja um ou uma qualquer “No Meio do Caminho” entre você e os maus candidatos!
Seja aquela pedra de tropeço que pode barrar o politico 171; Lembre-se da Pedro do meio do caminho a que se refere Drummond nesse seu poema de 1928. Somente sendo essa pedra, forjada na consciência cívica, no conhecimento da realidade, na retidão de caráter, na coragem para defender a verdade e no compromisso com o bem da coletividade você ajudará a evitar que cruze “No Meio do Caminho” de todos nós esse o maldito verme, o político safado. Assim, só transitará entre nós quem realmente mereça nosso voto e através dele nos proporcione dias melhores.

Dia do Patrimônio Histórico Nacional

Comemora-se hoje numa homenagem ao nascimento do advogado, jornalista e escritor brasileiro, Rodrigo Melo Franco de Andrade, ocorrido em 17 de agosto de 1898, e que morreu em 11.05.1969. Por meio da Lei nº 378, de 1937, o governo Getúlio Vargas criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), onde o historiador trabalhou até o fim da vida.

Histórico x Pessoal
Em muitos municípios, gestores e legisladores sabem cuidar muito bem do patrimônio, ou melhor, do patrimônio “pessoal”. Comprova-se observando o descuido com prédios históricos e a quantidade de depredados nessas cidades. Por aqui, até que o patrimônio histórico é muito bem cuidado e preservado. Mesmo que, em alguns casos, a passo de tartaruga.

Cinco anos. IPHAN
Depois da morosidade experimentada na reforma da igreja das Dores, agora observamos arrastar-se a do Museu Diocesano. Fechadas suas portas em 9 de novembro de 2019, o Museu Diocesano Dom José teve prazo de restauração de seis meses, podendo ser estendido dependendo das necessidades da obra de restauro. Mesmo sendo o quinto de arte sacra mais importante do Brasil, com mais de trinta mil peças em seu acervo, o museu da Diocese de Sobral continua fechado. Até quando?

Dá-lhe, Roberto!
Neste ano, a maioria dos prefeitos que tenta a reeleição e outros governantes, que desejam eleger (ou reeleger) seus candidatos, usarão a potência máxima de suas máquinas para inaugurar obras e mais obras, estejam como estiverem: concluídas ou não. Mas enquanto não chega a hora, muitos continuam anestesiando suas vítimas (eleitores), saindo-se com essa do Roberto Carlos (A volta): “Estou guardando o que há bom em mim/Para lhe dar quando você chegar…”.

Não tenha dúvida
Essa pressa para inaugurar, motivada pela gula por votos, deixará um saldo de muita coisa mal feita para a população. Além disso, também um presente de grego para os sucessores. Assim sendo, muitos deixarão o poder cantarolando aquela outra do Roberto: “E que tudo mais vá pro inferno…”. Que Deus nos guarde!

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