Vou falar mais uma vez sobre a educação informal, que sempre foi a base de toda a educação do ser humano desde a sua infância, adolescência até a sua vida adulta.
A educação espontânea é a educação da convivência sadia, amável, que aprendemos com os nossos pais, tios, irmãos mais velhos e amigos. Mas temos que prestar atenção naquela “máxima” que todos nós conhecemos: “Diga-me com quem andas que te direis quem és”.
É claro e evidente que as companhias são muito importantes na nossa vida, principalmente na formação de uma criança até seus sete anos. Todavia não para por aí. O adolescente deve ser acompanhado pelos pais ou responsáveis a cada dia, a cada noite, a cada saída de casa.
Sempre tive muito cuidado e atenção com a educação do meu filho Salmito Júnior. Quando ele começou a namorar o interrogatório de acompanhamento foi este: perguntei quem era a jovem, o nome dela, onde estudava, que ano fazia e quem eram seus pais.
É claro que o adolescente não gosta desse tipo de interrogatório. Mas assim eu fazia e explicava por qual motivo eu estava perguntando tudo aquilo. Da mesma maneira eu fazia quando ele saía para uma festinha com os seus colegas ou quando vinham estudar com ele na minha casa.
Esse acompanhamento é de fundamental importância na formação de um filho. Expondo sempre disciplina, o respeito para com os outros, mostrando a hierarquia, a honestidade, o caráter e a solidariedade. Além de verificar com seus professores a sua educação formal. Como estava indo nos estudos e com quem estava convivendo na escola. Essa é a chave principal para se ter uma boa educação informal.
No entanto, atualmente, os pais de um modo geral não ajustam os filhos desse modo. Como diz o psicólogo, professor da Fundação Dom Cabral, Rossandro Klinjey.
“O problema é que os pais perderam a mão sobre a educação dos filhos. Eles começaram a achar que filhos têm que ser bajulados e não educados. Têm que ser enchidos de coisas e não de afetos.
E como a família tem falido em seu papel primordial de educador moral, eles delegam para a escola pessoas sem equilíbrio emocional. E aquele indivíduo que não respeita o pai e a mãe, como consequência desse processo ele não vai respeitar o professor, nem vai aceitar aquilo que ele oferece, que é o conhecimento.
Então há na família um desejo de que a escola seja um segundo lar. Mas não tem como a escola ser um segundo lar se a família não for a primeira e primordial escola.
Então é preciso que a gente repense assim: por que tanto caos? Por que tantos filhos que desrespeitam os pais? Por que a gente vê tantas crianças que batem na cara dos pais, nos aviões, nos aeroportos, nos shoppings?. Isso tem a ver com o que? Com a falência pessoal.
Então, se a família não reavalia, não ressignifica seu papel e os pais não se empoderam novamente, no sentido positivo de entender que disciplina, respeito e hierarquia junto com amor e acolhimento é que formam um grande ser humano, a escola vai poder fazer muito pouco”, diz Rossandro.
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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