“Eu sou um homem que vivo honestamente” ou “Eu sou um homem que vive honestamente”?
Ambas corretas. Explica-se: quando o antecedente do relativo “que” for um nome em função predicativa ao verbo “ser”, o verbo pode concordar com o sujeito da oração antecedente ou com o predicativo. Ex.: “Somos um povo que trabalhamos” ou “Somos (nós) um povo que trabalha”.
A esse respeito, o ilustre Professor Carlos Góis faz a seguinte observação em seu magnífico livro Sintaxe de Concordância (1ª edição, edição e propriedade do autor, Pág.75): “Os melhores autores fazem a concordância com o sujeito da oração antecedente, e não com o predicativo antecedente do “que”; Ex.: “Sou um homem pobre que vivo nestes campos” (M. Bernardes); “Sou um homem que ainda não vendi a consciência” (Júlio Ribeiro)”.

Mostrengo ou monstrengo?
Há quem condene – não sei com que autoridade – a grafia monstrengo. Ambas as formas prestam-se para definir algo disforme, coisa sem produção, trambolho. Ex.: Um projeto postiço, um monstrengo, um trambolho. O mesmo se diz para “demonstrar” e “demostrar”.

Muito dó
“Muito dó” é a forma correta, e não a preferida pelo povo “muita dó”. Dó é substantivo masculino.

“E que tudo mais vá para o inferno”
Diga corretamente: “E que tudo o mais vá para o inferno”. O artigo é obrigatório nessa expressão.

“Os times mineiros vêm numa crescente”
Diga corretamente: “Os times mineiros vêm num crescente”. O artigo indefinido “um” deve concordar com a palavra “crescente”, que é do gênero masculino.

“Vendem-se carros novos e semi-novos”
Escreva corretamente: Vendem-se carros novos e seminovos. O Novo Acordo Ortográfico extinguiu o hífen na palavra seminovo.

Fulano entra; Siclano sai. Isso aqui está uma bagunça
Fulano entra; Sicrano sai. Isso aqui está uma bagunça. Lembre-se: Fulano, Sicrano, Beltrano.

Vou estar enviando um livro amanhã
Esse é o danado do gerundismo. Diga somente: Vou enviar o livro amanhã ou enviarei o livro amanhã.

Obsoleto (pronúncia)
O termo é sinônimo de arcaico, antigo, antiquado, fora do uso ou que caiu em desuso. Tanto pode ser pronunciado “obsoléto” como “obsolêto”. Os brasileiros gostamos da segunda: obsolêto. O acento está só indicando a pronúncia. Não existe na grafia

Nunca jamais
A expressão “nunca jamais” não é expressão pleonástica. Trata-se de uma negativa enfática aceitável e encontra peça até em escritores clássicos. Exs.: “Ninguém nunca jamais a reconhece” (Rui Barbosa); “… Nunca jamais foi nem sequer aberto” (Castilho); “Gostava muito das nossas antigas dobras de ouro, e eu levava-lhe quantas possa obter; Marcela juntava-as todas dentro de uma caixinha de ferro, cuja chave ninguém nunca jamais soube onde ficava; escondia-a por medo dos escravos.” (Machado de Assis).
OBS.: No Português, esse acúmulo de advérbios tornou-se arcaico.

Jaboti ou jabuti
As duas grafias existem na Língua Portuguesa. As formas tem apoio dos dicionários Houaiss e Aurélio. A forma feminina é jabota, que não deve ser confundida com jabutia – uma variedade de ipê. Em tempo: oficialmente só existe a forma jabuti.

Jabuticaba ou jaboticaba
Ambas corretas. Jaboticaba é uma frutinha.

(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Contatos: (088) 99373-7724

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