A Fé e a Crença

Minha formação é História, mas como professor público estadual, às vezes, somos “voluntários” a colaborar em outras disciplinas na nossa área de ciências humanas, filosofia, sociologia e geografia. Quando iniciei ministrando aulas de filosofia, resolvi elaborar um Fichário de Conhecimento do Aluno logo na primeira aula.
O fichário tinha como título: Refletindo e Entrando no Meu “Eu”. Os alunos ficavam um pouco envergonhado para responder o fichário que iniciava assim: 1. Quem sou eu? De onde eu venho? 2. Estou satisfeito com a minha vida? Por quê? Justifique. 3. Aonde eu quero chegar? 4. Qual é o(a) profissional que eu quero ser como ser humano? 5. Qual é o meu sonho? Tenho FÉ em consegui-lo? Aí eu abria o debate em cada pergunta.
Foi uma experiência muito válida, eles respondiam às perguntas, expressavam seus sonhos e na última aula do ano eu conferia se algum deles tinha alcançado o seu objetivo. Não a maioria, contudo alguns diziam que tinham feito as pazes com sua mãe ou com o pai, com os irmãos ou amigos, deixado de usar drogas, comprado uma moto, arranjado um emprego, etc. Eu acompanhava sobre os sonhos deles. Valeu a pena.
Na verdade, o que eu quero expor aqui é sobre a nossa origem, nossa FÉ. “Desde os tempos mais remotos, o homem se faz perguntas relacionadas à sua existência: Quem sou eu? Existe algo após a vida? De onde venho? Entre outras.
Os textos sagrados do povo hebreu, os Vedas do hinduísmo, as escrituras de Confúcio e o Novo Testamento dão algum tipo de resposta a estas inquietudes. Nestas e em outras tradições culturais e religiosas existem respostas baseadas na fé.
Através da fé em uma ordem superior ou em Deus construímos um conjunto de crenças. Pode-se dizer que as crenças nascem do desejo de conhecer a última verdade da existência.
No campo da filosofia não existe mais o desejo de dar uma resposta às perguntas essenciais sobre a existência, de modo que estas questões se limitam ao âmbito religioso. É na esfera religiosa onde o conceito de crença adquire sua expressão maior.
Se tomarmos como referência a religião cristã, o homem de fé acredita em uma série de revelações que foram transmitidas por Jesus Cristo: Deus é infinitamente bom e todo-poderoso, o papel do Espírito Santo, a ideia da Trindade e a promessa da vida eterna. No entanto, todas estas revelações estão repletas de mistério e este só pode ser compreendido através da fé.
O conjunto de crenças que servem como referência a uma pessoa religiosa vem de sua própria fé, uma vez que a razão humana não proporciona provas conclusivas que deem uma resposta aos enigmas da existência”. (etimologia.com.br).
E qual é a diferença entre fé e crença? A principal diferença entre fé e crença acontece a partir do seu uso; a Fé é quando se refere à religião e a crença é usada em vários contextos. “A crença é um estado mental em que se assume que algo é verdadeiro ou provável. Ela se expressa linguisticamente por meio de afirmações. A fé é a forte confiança em algo ou alguém”. (wikipédia). O Apóstolo Paulo ensinou que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem”. (Hebreus 11:1). Encontramos em Alma uma afirmação semelhante: “Se tendes fé, tendes esperança nas coisas que se não veem e que são verdadeiras”. (Alma 32:31).
Enfim, “a fé como mandamento (doutrina, querigma, evangelho) antecede o crer, por isso é dito que a fé é dom de Deus (Efésios 2.8). Crer em Cristo por meio da mensagem do evangelho jamais pode ser considerado uma espécie de altivez do livre arbítrio do indivíduo, antes é o humilhar-se a si mesmo, se rendendo a vontade de Deus como servo”. (estudobiblico.org).
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).

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