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O Afundamento da Mina Braskem de Sal-Gema em Maceió
“A Braskem tem 41 unidades industriais sendo 29 no Brasil, nos estados de Alagoas, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Na região do Grande ABC são quatro unidades: uma de polietileno, uma de polipropileno e duas de produtos químicos”. (braskem.com.br). A Petrobras e a Novonor (antiga Odebrecht) são as principais acionistas da Braskem. Esta é a responsável pela mina.
As 35 minas da Braskem em Maceió são cavernas perfuradas para a extração de sal-gema há muitos anos de mineração na região. Vamos conhecer um pouco sobre este assunto. “O que é o sal-gema, a causa do afundamento em área de mina em Maceió, e para que é usado? Ele é igual ao sal marinho?
A extração de sal-gema é a causa do afundamento do solo em área de mina em Maceió. Diferentemente do sal marinho, normalmente utilizado na cozinha, o sal-gema é usado na indústria química e retirado de rochas subterrâneas a mais de mil metros de profundidade.
A extração de sal-gema em Maceió existe desde a década de 1970 e é usada para a produção de PVC (tipo de plástico). Há pelo menos dez anos, os órgãos de fiscalização vinham alertando sobre o risco de desabamento do solo. Ao todo, mais de 14 mil imóveis foram desocupados e 60 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas nas áreas onde ficam as minas na capital alagoana.
O afundamento do solo, que pode abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, acontece pela forma como o sal-gema é extraído: de poços subterrâneos.
Na mina na cidade, o sal-gema é retirado de uma profundidade de 1.200 metros – o que corresponde a um prédio de 39 andares. O que é o sal-gema e para que serve? O sal-gema é um minério extraído de rochas que ficam a mais de mil de metros de profundidade no solo. Ele se forma ao longo de milhares de anos, a medida em que alguns pontos do oceano evaporam gradativamente”. (g1.globo.com).
Como o sal-gema era extraído em Maceió. “A exploração em Maceió envolvia a escavação de poços até a camada de sal, que pode estar a mais de mil metros de profundidade. Então, injetava-se água para dissolver o sal-gema e formar uma salmoura. Em seguida, usando um sistema de pressão, a solução era trazida até a superfície. Ao fim da extração, esses poços precisam ser preenchidos com uma solução líquida para manter a estabilidade do solo.
Para o sal-gema ser retirado do solo tem que passar pelas seguintes camadas da Terra: 160m, areias/argilas; calcarenitos; 350m, arenitos/folhelhos; 700m, conglomerado; 900m, folhelhos; e, 1.200m, sal-gema. ‘Então veja bem, para se encontrar o sal-gema faz-se necessário chegar a uma distância muito grande abaixo da Terra’.
O problema em Maceió ocorreu por vazamento dessa solução líquida, deixando buracos na camada de sal. Uma hipótese já levantada por pesquisadores é de que a ocorrência tenha relação com falhas geológicas na região. Consequentemente, a instabilidade no solo levou a um tremor de terra sentido em março de 2018. O evento causou os afundamentos nos cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol.
Com novos tremores e o surgimento de rachaduras em casas e ruas, a Braskem anunciou o fim da exploração das minas em maio de 2019. A petroquímica diz que já foi pago R$ 3,7 bilhões em indenizações e auxílios financeiros para moradores e comerciantes desses bairros. Uma parcela dos atingidos busca reparação através de processos judiciais. O caso também é discutido em ações movidas pelo Ministério Público Federal (MPF)”. (agenciabrasil.ebc.com.br).
Prof. Salmito Campos – (jornalista e radialista).



