A Igreja em todo o mundo se prepara para o início de mais um Ano Litúrgico, com a chegada do tempo do Advento. Somos mais uma vez introduzidos nesse período de espera confiante no Senhor Jesus, que vem como sinal de salvação para todos os povos. E nesse clima, somos convidados a uma preparação interior para a vivência do Natal, em toda a sua dimensão litúrgica e espiritual.
O Advento é o tempo litúrgico que faz memória da dimensão histórica da salvação. Contemplamos um Deus que caminha na história de seu povo e assume a identidade dos homens em todas as dimensões, menos no pecado. É por isso, que esse tempo nos prepara para acolhermos o mistério da Encarnação.
Assim como a quaresma prepara para a grande festa da Páscoa, o advento prepara para o tempo do Natal. São grandes festas, centrais para a fé cristã, e que necessitam de um tempo de aprofundamento espiritual em vista de tudo o que será preparado. Desse modo, o advento deve ser vivenciado como um tempo de conversão.
Uma conversão baseada na espiritualidade da vigilância, tão presente nesse tempo litúrgico. Os dois grandes mestres do Advento são os profetas Isaías e o precursor João Batista. Ambos estimulam a expectativa e o desejo da vinda de Cristo, reveladas na preparação dos caminhos onde o Senhor irá passar. A metáfora aponta primordialmente para a necessidade de aplainar as veredas do coração, preenchendo vales e derrubando montes.
Com isso, comemora-se a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, quando recordamos os ansiosos suspiros dos profetas, que esperavam a vinda do Messias libertador. Além disso, em um sentido mais escatológico, o Advento também nos recorda a necessidade de uma preparação constante para a segunda vinda de Cristo no fim dos tempos.
Nesse sentido, a Igreja vive um Advento perene do Reino definitivo. Vivemos na constante espera da segunda vinda do Messias. Esse tempo de quatro semanas quer nos reavivar a esperança e a alegria de ansiar por Aquele que restaurará todas as coisas e instaurará um novo céu e uma nova terra.
Entendendo a profunda espiritualidade do Advento, procuramos dar um sentido a mais para os preparativos do Natal, que marcam o mês de dezembro. Isso nos leva a uma expectativa diferente de vivenciar a autêntica celebração do nascimento de Cristo: a expectativa de um novo nascimento de Cristo na vida de cada fiel cristão. Procuremos, pois, vivenciar bem este tempo, na vigilância da oração e na purificação da penitência, podendo dizer com toda a Igreja: “Maranatha, vem, Senhor Jesus”!

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