Os cacoetes mais comuns que cometemos

Estive observando durante algum tempo que as pessoas de um modo geral estão usando muito os cacoetes “o que acontece”, “rapaz”, “cara”, entre outros. E o mais engraçado é que o cacoete “rapaz” é usado para homens e mulheres. Esse “rapaz” é a cara do Luciano Huck.
Mas falando em cacoetes me veio à mente o meu irmão Francisco de Almeida Campos (Waldeck). Ele sempre falava do cacoete do amigo Euro (em memória) que repetia demais o “por sinal”. E lembro também de um amigo meu que usa muito o cacoete “não é isso?”. Com certeza ele irá rir quando ler esse texto.
“Os cacoetes de linguagem, vícios linguísticos que costumam ser insistentes e desagradáveis, podem ser encontrados na fala e, nos casos mais graves, na escrita. “Cara”, “tipo assim”, todo mundo conhece alguém que adora se referir às outras pessoas dessa maneira, não é mesmo? E quando o “cara” não serve nem para isso? Pois é, acontece, veja só um exemplo: (Cara), você perdeu, (cara) o show foi muito bom, só feras (cara)!
Atire a primeira pedra quem nunca foi vítima de um cacoete linguístico. Apesar do nome engraçado, a mania nem é muito divertida, podendo tornar-se um vício de linguagem pra lá de desagradável, especialmente para quem ouve.
Mas você sabe exatamente o que são os cacoetes de linguagem? Os cacoetes são uma espécie de muletas do idioma. Eles funcionam mais ou menos assim: são expressões que surgem em uma determinada época e acabam cristalizando-se na fala de alguns indivíduos, que as repetem exaustivamente e de maneira automática.
Você pode ser uma vítima de um modismo linguístico e nem se dar conta disso! Mas certamente aqueles que conversam com você já devem ter reparado a constância irritante de alguns vícios em sua fala. Em casos extremos, os cacoetes migram da modalidade oral para a modalidade escrita, e nós sabemos que a escrita não admite erros, não é mesmo?
Os cacoetes não são neologismos, mesmo porque os neologismos não são considerados vícios de linguagem, alguns até mesmo recebem um lugar ao sol no dicionário da língua portuguesa. Essas fórmulas de raciocínio geralmente aparecem fora de contexto e esvaziadas de significação, ou seja, estão ali na frase, mas formalmente não apresentam nenhum valor linguístico.
Em outros casos, os cacoetes de linguagem são vistos como uma “trapaça comunicacional”. Isso acontece quando o falante utiliza termos desnecessários apenas para rebuscar o discurso, deixando-o assim mais impactante. Mas, na maioria das vezes, os cacoetes aparecem sem que nos demos conta, servindo até mesmo como um mecanismo de autocorreção do discurso.
O gerundismo. Quem nunca foi vítima desse cacoete linguístico? O gerundismo é um modismo que utiliza de maneira inadequada a forma nominal gerúndio. Na tentativa de reforçar uma ideia de continuidade de um verbo no futuro, acabamos complicando o que já é suficientemente complicado, e o que antes podia ser dito de maneira mais econômica e direta foi substituído por uma intrincada estrutura que prefere utilizar três verbos em vez de apenas um ou dois: Nós vamos estar identificando o problema e assim que pudermos estaremos entrando em contato para solucioná-lo.
Agora que você já sabe o que são os cacoetes linguísticos, você poderá evitá-los, sobretudo na linguagem escrita. Mas é importante ressaltar que diversos aspectos, como as variações linguísticas, a influência do coloquialismo e o dinamismo da comunicação, devem ser observados. A principal função da língua, que é um instrumento dos falantes e para os falantes, é auxiliar nas interações sociais, e fazer-se compreendido é o que realmente importa. Como dizem os linguistas, devemos nos adequar aos tipos de linguagem de acordo com o contexto comunicacional e sermos poliglotas em nosso próprio idioma. Luana Castro Alves Perez. (mundoeducacao.uol.com.br).
(salmitocamposs@gmail.com).

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