UPA de Sobral é denunciada pelo Sindicato dos Médicos do Ceará por corte de repasse
Por Samuel Carvalho – Redação Correio da Semana
O Sindicato dos Médicos do Ceará encaminhou ofício à Prefeitura Municipal de Sobral e à Fundação Leandro Bezerra manifestando cobranças a cerca da situação crítica dos médicos que trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobral. De acordo com o sindicato, os profissionais estão recebendo um valor inferior à hora de serviço, além de adicional Covid cortado e a escala de plantonistas reduzida.
“Nossos médicos estão há mais de um ano trabalhando no combate à pandemia da Covid-19, e é injustificável que tenham seus benefícios retirados e recebam salários abaixo do mercado enquanto há sempre uma grande demanda de atendimentos”, comentou presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Leonardo Alcântara.
Segundo o apurado pelo Departamento Jurídico do Sindicato os médicos que trabalham na UPA de Sobral l por meio da Cooperativa de Trabalho de Atendimento Pré-Hospitalar (Coaph) recebem um valor muito inferior por hora de serviço prestado. De acordo com a denúncia de alguns médicos, foi destacado que chegaram a receber R$ 600 por plantão, ou seja, abaixo de um patamar razoável levando médicos a desistirem das escalas, o que logo gerou uma “corrida” da Fundação com oferta de novos valores relativamente altos.
O funcionamento da UA de Sobral contava com três médicos durante o periodo da tarde e da manhã (um coordenador e três médicos apenas durante a noite). Apesar da escala, a Fundação Leandro Bezerra retirou abruptamente o terceiro médico plantonista, com a escala de agosto já fechada, restando assim apenas dois médicos para atender toda a demanda da unidade.
O Departamento Jurídico do Sindicato reforçou que a UPA Sobral é a que recebe o maior volume de atendimentos em comparação com as demais UPA’s da Região Norte do Estado, o sobrecarrega bastante os médicos. A situação se tornou ainda pior quando, sem justificativa, a Fundação retirou o adicional Covid dos profissionais. Até o momento a Fundação não se manifestou sobre o caso, sob temor da população fica desassistida e causar ainda mais sobrecarga aos médicos, informou a Coaph ao Sindicato.
No ofício encaminhado à Fundação e à Prefeitura de Sobral, o Sindicato dos Médicos cobrou o restabelecimento da quantidade de profissionais por escala que havia sido minorada e da gratificação Covid, bem como o readequamento do valor relativo por plantão em percentual não inferior a 25%. Este ainda reafirma que está acompanhando a situação e tomando todas as providências cabíveis, e destaca que, justamente nesse momento de pandemia, a classe médica precisa ser mais valorizada.