Poucas e Boas

Amigos e amigos

A enorme abertura de portas para a aquisição de mais conhecimento, a comodidade no usufruto de inúmeros serviços e a facilitação no contato entre as pessoas são os principais atributos que dão à Internet o título de o mais importante invento dos últimos tempos. Por outro lado, como tudo na vida tem os prós e os contras, o uso desregrado e de difícil fiscalização dessa ferramenta exige, de forma urgente, um sério e inadiável questionamento sobre os malefícios principalmente junto a crianças e adolescentes.
A utilização altamente viciante e a assustadora ânsia de se destacar e aparecer mais e mais nas redes sociais tem levado muita gente a confundir o verdadeiro conceito de amizade, de beleza e induzido a mentir sem nenhuma cerimônia. “Tenho cinco, dez mil ou até um número maior de amigos no Facebook; recebo diariamente milhares de curtidas em cada postagem; e até diante de figuras horríveis não faltam: Belíssima (o)! Maravilhosa (o)! Linda (o)! Princesa/Príncipe”!

ISSO SERIA IGNORÂNCIA, INGENUIDADE, CARÊNCIA OU FALTA DE SINCERIDADE COMO A DO CIDADÃO ABAIXO?
Certa vez, um amigo perguntou ao outro: “Que queres de presente no 20 de julho?” Imediatamente o outro respondeu: “Que nesse dia não apareças lá em casa, não me procures noutro lugar e nem me telefones”. Imagina se não fossem amigos!
Mas falando sério, anualmente, em todo 20 de julho, é celebrado o Dia do Amigo. A data foi criada pelo dentista argentino Enrique Ernesto Febraro e está relacionada à chegada do homem à lua, em 1969. Entusiasmado com a corrida espacial na década de 60. Por um ano Febraro divulgou o lema: “Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro”.
Ele escolheu a data da chegada do homem à lua para festejar a amizade, o que se oficializou primeiramente na Argentina, em 1979, e depois foi adotada em outros países. Para Febraro, aquilo foi “um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis”.
O Dia do Amigo me faz resgatar da memória, e registrar no papel, um daqueles episódios do cotidiano que seriam de grande proveito moral, caso fossem calmamente analisados e suas lições postas em prática. Mas, infelizmente, a maioria deles passa despercebida. Ei-lo.
Depois de 40 anos em São Paulo (SP), onde conquistou situação financeira muito confortável, um sobralense de origem humilde, cujos modos simples conserva até no trajar, resolveu visitar sua terra.
No Beco do Cotovelo reencontra um amigo de longas datas. E mesmo permanecendo aqui, também progrediu e hoje está muito bem de vida. Apesar das injeções de relembrança do visitante ele demonstrou quase não se lembrar daquele conterrâneo. Também deixou transparecer certo temor de ser importunado por mais um pedido de ajuda. Mesmo assim, aceitou o bate-papo, alertando que estava com pouco tempo.
Naquela ocasião um não sabia do sucesso do outro e havia uma grande diferença entre ambos. Ao contrário do visitante, o que daqui é notadamente orgulhoso e arrogante. A indumentária e os adornos caríssimos já dão sinal disso.
Conversa vai e conversa (quase não) vem. Parecia mais um enjoado monólogo recitado pelo que vive em Sobral. Ele se vangloriava do seu talento comercial e do progresso da sua empresa, além de pormenorizar a relaçao de seus bens. Sutilmente tentou insultar o amigo dizendo ter conseguido riqueza sem precisar sair de seu torrão. Confessou que se orgulhava em dever favores a apenas dois empresários, cujos nomes lhe eram desconhecidos.
Convencido de que deixara o amigo com muita inveja, encerrou sua longa oratória perguntando: “E você, o que conseguiu na vida? Tens alguma coisa por aí afora?”
Antes de responder, o silencioso morador de São Paulo fez questão de parabenizar o colega pelas conquistas. Pediu-lhe que, se possível, falasse um pouco mais das empresas que o ajudaram.
Foi aí que veio à tona todo o egoísmo e a sovinagem do que enriqueceu por aqui. Ele também temia entregar sua receita de sucesso àquele amigo quase esquecido. Mas confiou que a grandiosidade daquela capital não deixasse rastro. Disse, então, que se tratavam de empresas paulistas, após mencionar seus nomes.
Para sua surpresa, na maior simplicidade o visitante falou: “Amigo, agora aumentou a alegria desse reencontro. Deus me deu oportunidade de ajudar alguém, mesmo sem eu saber que seria você, esse amigo que jamais esqueço. Digo-lhe mais: A partir de hoje, além dessas duas, coloco minhas outras empresas à sua disposição. Vamos a mais um café?”.
E jamais o mesmo cafezinho famoso do Expedito Vasconcelos esteve ao mesmo tempo tão amargo e tão doce para duas pessoas como naquele dia PRA NÃO ESQUECER: Quem realmente é, quem realmente faz e quem realmente tem não precisa fazer divulgação. Está implícito na sua personalidade. E naturalmente os outros reconhecem e passam adiante. DOMINGO NA EDUCADORA FM 107,5 – SOBRAL-CE ÁUDIO: https://www.radios.com.br/play/12869 ÁUDIOVÍDEO: https://www.facebook.com/educadoradonordestefm NO YOUTUBE: Rádio Educadora FM 107.5 Até amanhã, no Programa Artemísio da Costa na Educadora FM 107,5, às 10h30 (depois da Santa Missa), com muitas notícias, reportagens, curiosidades e música de boa qualidade. Participe: 3611-1550 // 3611-2496. LEIA, CRITIQUE E SUGIRA www.artemisiodacostablogspot.com