Martírios e perseguições de hoje

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“O sangue dos mártires é a semente de novos cristãos”. Essa frase de Tertuliano, tão conhecida, nos remonta ao terceiro século da era cristã, em uma realidade de martírios e perseguições constantes ao povo cristão. Mas essa realidade não ficou apenas no passado. Segundo um diagnóstico feito pelo Papa Francisco, hoje existem mais mártires que no início da vida da Igreja, e eles estão por todos os lugares.
De fato, a perseguição aos cristãos não é algo apenas do início do cristianismo, mas sempre existiu em todas as épocas e, de um modo especial, nos dias de hoje. E não é apenas o martírio branco, da ridicularização, sem derramamento de sangue. É o martírio vermelho, da opressão, do sequestro, do assassinato de religiosos, sacerdotes e leigos. É uma realidade presente e atual.
Recentemente, veio à tona a carta de uma freira colombiana, sequestrada à quatro anos e mantida prisioneira por jihadistas, no Mali. Segundo a Cruz Vermelha Internacional, a religiosa escreveu de próprio punho, em um trecho da carta: “espero que Deus me ajude a reconquistar minha liberdade”.
No último dia 5 de julho, um catequista indígena foi assassinado no estado mexicano de Chiapas, onde uma dura realidade de abuso, injustiça e perseguição atinge os indígenas cristãos. Nesses contextos, a Igreja, exercendo seu profetismo, recorda que a violência e o sangue derramado clamam por justiça e paz.
Recentemente, a Igreja de Moçambique noticiou que os fiéis católicos continuam a rezar perseverantes pelo fim da guerra civil em Cabo Delgado, que atinge muitos cristãos inocentes há quatro anos. Por esses exemplos, vemos o sofrimento enfrentado por muitos cristãos, que presenciam de perto o martírio e a perseguição como elementos integrantes do exercício de sua fé.
São sacerdotes, leigos e até funcionários das paróquias, na Nigéria, Costa do Marfim, Guatemala, Filipinas e em tantos países, que por serem cristãos são convidados a testemunharem com a própria vida o Evangelho. A Igreja reza pelos cristãos que não podem exercer livremente a sua fé.
O sangue dos mártires e perseguidos não é em vão e continua a interpelar os cristãos de todo o mundo a superarem o comodismo e a falta de compromisso social nas práticas da fé. Toda presença cristã deve ser iluminadora nas realidades mais cotidianas, em casa, no trabalho, no trânsito, na paróquia. Sigamos sob a força do belo testemunho dos cristãos que, neste momento, estão sofrendo perseguições.

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