Fidalgo
Todos sabemos o significado da palavra fidalgo. Fidalgo é um adjetivo que significa: nobre, generoso, hospitaleiro. Poucos sabem a sua origem. Algo é advérbio quando significa “um tanto”, ‘um pouco’. Exs.: Estamos algo (um pouco) bêbados.
A palavra fidalgo é aglutinação da expressão “filho de algo”. Antigamente, “homem de algo’ era homem de bens, poderoso, cujos filhos frequentavam a corte. Daí provém o termo fidalgo, que, em rigor, significa filho de algo, isto é, filho de pessoa que possui bens, homem de boa cepa, boa família.
Ainda meia furiosa, mas com menas violência, proferia injúrias bastante para escandalizar os mais arrojados
Nessa simples frase cometemos três erros. Diga-se corretamente: Ainda meio furiosa, mas com menos violência, proferia injúrias bastantes para escandalizar os mais arrojados.
A palavra “meio’, quando se refere a um adjetivo (furiosa) significa “mais ou menos”, “um tanto” é advérbio de intensidade e é variável: Ela estava meio furiosa. A forma “menas” não existe, por isso “menos violência”. E a palavra “bastante”, quando significa suficiente, é adjetivo e deve concordar com o substantivo a que se refere, no caso ‘injúrias bastantes”.

O ginasta ganhou quatro troféis
Acredite se quiser: Essa frase já ouvi diversas vezes proferida por professores. Palavras terminadas em “U” formam o plural pelo mero acréscimo de UM “S”. Exs.: troféus (e nunca troféis); degraus (e nunca degrais); chapéus (e nunca chapéis); bacalhaus; mingaus.

A faxineira vinha nas terças-feiras
Diga-se: A faxineira vinha às terças-feiras. Flexionam-se os dois elementos dos dias da semana terminados em “feira’: Não trabalho às segundas-feiras (e não, nas segundas-feiras). Da mesma forma, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira.

Faltavam refrões para suas músicas
Há duas formas de plural para o vocábulo “refrão”, segundo os dicionários Aurélio e Houaiss. Veja outros plurais duplos ou triplos (A flexão mais aceita está citada em primeiro lugar). Exs.: Aldeões/aldeãos/aldeães; anciãos/anciães/anciões; charlatães/charlatões; corrimãos/corrimões; cortesãos/cortesões; ermitões/ermitãos/ ermitães; guardiães/guardiões; sacristães/sacristãos (Não existe o plural “sacristões”); vilães/vilãos/vilões; sultões/sultãos/sultães.

Eram cinco cavalos “puro-sangue”
Os dois termos da palavra composta variam: Eram cinco cavalos puros-sangues; Era um criador de puros-sangues. O mesmo ocorre com manga-larga: Foi a um leilão de mangas-largas (raça de cavalos); Eu apreciava os cavalos mangas-largas.

Havia três “Papai Noel” no Shopping
Nomes próprios também podem ser pluralizados: Havia três Papais Noéis no Shopping; Linus Pauling ganhou dois Nobéis; Em “Os Maias”, Eça de Queiroz narra a saga da família Maia; a Rua dos Gusmões lembra o clã Gusmão; A cidade de Andradas, em Minas Gerais, homenageia a família Andrada.

Levantar (com ou sem pronome?)
Com pronome, no sentido de “pôr-se de pé” (ao sair da cama, rede, sofá, cadeira, etc.). Exs.: Quando me levantei já era tarde; A que horas você se levanta todos os dias? A que horas você se deita? Deito-me à meia-noite; Após me levantar, já me ponho debaixo do chuveiro.

Gostava de comida “a kilo”
A comida é “por quilo”. Outras palavras aportuguesadas: batom, camicase, clipe, cupom, estante, estresse, gangue, grogue, lorde, moletom, ringue.

(*) Professor Antônio da Costa é graduado em Letras Plenas, com Especialização em Língua Portuguesa e Literatura, na Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Aposentado, escreve esta Coluna todo sábado no Jornal Correio da Semana e Blog Artemísio da Costa. Contatos: (088) 99868-2517.

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